Após 7 filmes, a franquia Velozes e Furiosos volta às telonas com a missão de não esgotar a fórmula que rende tanta bilheteria para a Universal. E nesse oitavo título sob a direção de F. Gary Gary, um renomado diretor de videoclipes (e isso já é mais que o necessário), consegue mais uma vez agradar e divertir o seu público dentro de sua proposta de não se levar a sério. E é exatamente isso o que acontece nessa que hoje é a maior franquia da Universal, filmes que não se levam a sério e que estão a vontade com isso. Tendo esta ideia em mente, o espectador pode dar boas gargalhadas e ter momentos divertidos com as sequências, cenas e momentos “over” de Velozes e Furiosos 8.

Dom Toretto (Vin Diesel) vivia tranquilamente com Letty (Michelle Rodriguez) em Cuba, onde juntos pensam em montar uma família entre uma corrida e outra. Porém a nova vilã Cipher (Charlize Theron) seduz Dom à vida do crime. E para a surpresa de todos, Toretto aceita agir do lado dos bandidos. Agora a equipe dos carros possantes terão que caçar o seu próprio líder e tirar essa história a limpo. Pela sinopse podemos perceber como Velozes e Furiosos segue a tendencia de estar sempre brincando e misturando os vilões e os mocinhos. Um vilão se torna mocinho no filme seguinte, o próximo antagonista se alia aos seus algozes no outro. Um clichê básico, mas que funciona para a franquia, pois reúne personagens já trabalhados e estabelecidos a um novo filme, criando uma boa rotação na equipe (o que se fez ainda mais necessário depois da morte de Paul Walker). E nesse filme temos não só Toretto indo para o lado negro, mas também Ian Shaw (Jason Statham), vilão no último filme, como mais um membro da “família”.

Velozes e Furiosos 8 se caracteriza não só pela ação mas também pelo humor característico da série. A partir do quarto filme, onde os próprios produtores pararam de levar o títulos a sério, a franquia ganhou ares renovados e cada vez mais fortes de comédia. Não só com piadas, tiradas e provocações entre os personagens, mas também com cenas absurdas que beiram feitos de super-herói (dos mais poderosos) a cada sequência. E não se limitam só nas cenas com os carros, a cada momento de ação o filme entra facilmente num estilo de frenesi nonsense que passa a construir todo o cenário humorístico do longa.

Juntando todo esse clima com a nova vilã Cipher, interpretada pela sempre ótima Charlize Theron, o filme caminha bem em suas 2 horas e 16 minutos de duração. Não se torna cansativo, pois há sempre boas sequências de ação interpoladas pelos momentos mais “dramáticos”, que Charlize leva debaixo do braço. Salvando mais uma vez os péssimos momentos em que Vin Diesel é exigido, inclusive tem uma cena lamentável em que ele está, tipo, chorando ou suando pelos olhos…algo assim. Statham contribui com o que de melhor sabe fazer, cenas de ação e violência rápidas e àgeis. E isso somou com o tipo de ação de Dwayne Johnson, mais duro e brutal. Criando uma boa dinâmica na ação também fora dos automóveis. 

Apesar de todos os elogios, não tem como deixar de falar dos estereótipos usados não só nesse filme em questão, mas em toda a série. Clichês que são desnecessários e martelados na cabeça do espectador. A mocinha coadjuvante e frágil (Nathalie Emmanuel) que é disputada pelos “pegadores”. Personagem negro como alivio cômico. Entre outras coisas… Porém mostrou evolução no quesito “zoom em nádegas”, desta vez o filme se limitou aos primeiros minutos com estes takes e nada mais. Nos filmes anteriores isso era muito mais explorado. Mas, de todas as formas, é um filme que tem o seu público alvo bem traçado. A trilha sonora também deixa um pouco a desejar, muito hip-hop como sempre, mas depois da trilha do último filme, com a canção dedicada à Paul Walker, o espectador espera pelo menos uma boa assinatura de momentos, e se frusta. Mas nada que estrague a diversão. 

Velozes e Furiosos 8 acertou nas emendas de seu elenco e no espírito cômico que o norteia. Mostrando que, apesar de termos uma vasta quantidade de filmes do título, consegue mesmo assim não esgotar a sua fórmula. Quem sabe logo, logo não teremos mais uma continuação. O céu é o limite! Ou nem isso, talvez tenhamos um Velozes e Furiosos no espaço. 

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Daniel Gustavo

O destino é inexorável.

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