Depois do sucesso marcante de Mulher-Maravilha, era mais do que necessário que a Marvel Studios apresentasse para o mundo do cinema sua própria super-heroína em um filme solo. Em sua primeira aventura, ela mostra porque chegou no momento certo, mesmo tendo uma apresentação que repete erros de outros filmes do estúdio. Algo que não deveria acontecer em uma produção lançada após 10 anos de Universo Cinematográfico da Marvel. Felizmente, esses deslizes não foram fortes o bastante para atrapalhar a chegada da Capitã Marvel.

No filme, conhecemos Carol Danvers (Brie Larson), uma ex-agente da Força Aérea norte-americana que sem se lembrar de sua vida na Terra é recrutada pelos Kree para fazer parte de seu exército de elite. Inimiga declarada dos Skrull, ela acaba voltando ao seu planeta de origem para impedir uma invasão da raça de metamorfose. Nesse processo, acaba descobrindo a verdade sobre si com a ajuda do agente Nick Fury (Samuel L. Jackson) e da gata Goose.

Ao contrário do que se espera, esta não é uma história de origem convencional. Por conta da amnésia de Carol, vamos conhecendo seu passado junto com ela e assim montando esse quebra-cabeça. Esse recurso do roteiro deixa a narrativa mais interessante, principalmente por causa do que ocorre no clímax do filme. Sem isso, talvez não perceberíamos o quão grande é a força de vontade dela em nunca desistir mesmo nos momentos mais difíceis. E tudo isso tem início com a sua chegada em nosso planeta, onde grande parte da trama se desenrola para o bem e para o mal.

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Por um lado, é totalmente benéfico voltar no tempo, mais precisamente os anos 90, para apresentar a Capitã Marvel. Afinal, graças a isso, podemos aproveitar ao máximo as referências de cultura pop que vão desde jogos de fliperama até músicas variadas. Nesse ponto, vale dizer que a dupla responsável pela direção, Anna Boden e Ryan Fleck, não tem o mesmo brilhantismo de James Gunn em Guardiões da Galáxia no uso da trilha sonora. Porém, alguns acertos merecem ser pontuados, como em cenas em que pode-se ouvir “Come as you are” do Nirvana ou “Just a Girl” do No Doubt durante ótimas cenas de ação.

Outro ponto positivo sobre essa época escolhida é a oportunidade ver uma versão diferente de Nick Fury, que é bem mais jovem, porém nem um pouco despreparado para lidar com as ameaças vindas de outros planetas. Esse detalhe o transforma em um importante aliado da Capitã, que o inspira em diversas questões de seu trabalho. Além disso, sua amizade com Carol flui de forma natural por conta da química entre o ator e a atriz que já haviam trabalhado juntos em Kong: A Ilha da Caveira.

Infelizmente, o fato de termos grande parte de Capitã Marvel se passando na terra acaba fazendo com que o roteiro caia no mesmo erro que Thor. Por causa disso, conhecemos pouco da cultura e tecnologia Kree ou até mesmo as causas da guerra entre eles e os Skrulls. Nesse sentido, vale lembrar que os Kree já haviam aparecido antes em Guardiões da Galáxia Vol.1, sendo representados pela figura de Ronan (Lee Pace) e Korath (Djimon Hounsou) que aqui aparecem de forma breve e pontual, e em Agents of Shield. Para esta história em si fica a sensação de que o roteiro parte do pressuposto de que grande parte do público já conhecia essa raça alienígena, o que é muito arriscado. A única desculpa para essa falta de desenvolvimento é a possibilidade dessa lacuna ser preenchida no futuro, seja em uma continuação ou até mesmo em futuros projetos da Marvel Studios.

Falando em futuro, não há como negar que a Capitã Marvel é uma super-heroína marcante capaz de inspirar toda uma geração de personagens femininas da editora que podem vir a surgir a partir de agora. Forte em vários sentidos, carismática e com um grande senso de justiça. Fica agora a expectativa para a revermos em breve ao lado dos maiores heróis da terra: Os Vingadores. Quando isso acontecer, o grupo terá uma integrante tão poderosa como nenhuma outra.

Ficha técnica:

  • Data de lançamento (no Brasil): 7 de março de 2019
  • Gênero: Ação
  • Elenco: Brie Larson, Samuel L. Jackson, Ben Mendelsohn, Jude Law, Annette Bening, Lashana Lynch, Djimon Hounsou, Lee Pace, entre outros.
  • Direção:  Anna Boden e Ryan Fleck
  • Roteiro: Anna Boden, Ryan Fleck e Geneva Robertson-Dworet.

Assista ao trailer:

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Marcus Alencar

"Palavras importam! Uma morte, uma ondulação e a história mudará em um piscar de olhos"

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