Já existem dez filmes da franquia intitulada Hellraiser. O primeiro filme, lançado em 1987, foi um grande marco do terror. Saído dos livros de Clive Barker, o primeiro longa foi adaptado para a tela pelo próprio autor que dirigiu o filme. Desde então, a história sobre os cenobitas e as caixas que abrem portais foram ganhando continuações que foram cada vez mais fundo em explorar este estranho universo e as criaturas que lá vivem. O décimo filme mostra mais uma vez humanos entrando em contato com as caixas e nos revela ainda mais sobre o funcionamento do mundo sobrenatural. 

Três detetives estão encarregados de investigar uma série de assassinatos misteriosos. Todas as vítimas passam por terríveis torturas e de alguma forma ele deixa mensagens moralizadoras nas cenas do crime. Paralelo a isso, o mundo dos cenobitas parece estar envolvido com este e outros assassinos. Gradativamente essas duas histórias vão se entrelaçando de forma macabra.

Com o passar dos anos, esta franquia foi caindo cada vez mais no esquecimento, mesmo que seus primeiros longas tenham feito muito sucesso. Isso ocorreu porque a temática tortura foi super explorada nesta mídia com a virada do século. Não é a toa que hoje existe o subgênero de terror que lida somente com a tortura. A franquia Jogos Mortais se galgou inteiramente nisso. O que surgiu como um universo super inovador e aterrador, agora passa a ser só mais um filme de terror no meio de tantos. O interessante é que o roteirista e diretor Gary J. Tunnicliffe sabe disso e coloca na boca dos cenobitas esta realidade. Ele tem como objetivo renovar os conceitos de tortura no cinema de terror e reviver a franquia como um todo.

 Os momentos onde estamos no mundo dos cenobitas são aterradores e temos algumas criaturas que realmente assustam só pelo visual. Existem algumas cenas bem pesadas e que podem gerar até certo nojo, mas a violência em si não é tão gráfica comparada a outros filmes. Entretanto, o visual e clima criado em torno da história nos deixam desconfortáveis e com medo genuíno do que se passa na tela.

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 O trabalho de maquiagem e criação de cenários está excelente como sempre foi em toda a franquia. Isso não é grande surpresa já que Gary J. Tunnicliffe possui uma longa carreira nessa área. Seu roteiro, por outro lado, perde muito da força quando estamos no mundo normal acompanhando a parte sobre os detetives. Isso se dá tanto pelos diálogos fracos quanto pelos atores que estão atuando de forma automática. Mas quando a história vai para o lado sobrenatural, ela realmente inova e tenta criar uma trama que pode vir a ser desenvolvida em novos filmes. É como se metade do filme fosse uma história sobre mistérios e assassinatos e a outra, um filme de terror. Sendo que só essa última metade é realmente interessante.

Este não é um grande filme e em alguns momentos ele pode até ser tedioso, mas o terceiro ato tem bons desenvolvimentos e até aponta para um caminho que pode vir a ser interessante. Talvez Tunnicliffe realmente tenha algo para contar no universo de Hellraiser. Algo que seja melhor do que a maioria das coisas que já foram exploradas nessa franquia gigantesca.

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Hellraiser: Judgment

Nota 

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Raul Martins

Autor dos livros Cabeça do Embaixador e Onde os sonhos se realizam

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