Tijolômetro – O Dublê (2024):

Ótimo!

Ele é um herói anônimo. Vive se arriscando para que os atores sejam as grandes estrelas do cinema de ação. Por conta disso ele não é famoso e nem devidamente reconhecido, mas isso está prestes a mudar em O Dublê, um filme criativo e divertido que homenageia esses profissionais fundamentais da indústria do cinema.

O longa conta a história de Colt Seavers (Ryan Gosling), um dublê especializado em grandes cenas de ação que se vê no meio de uma conspiração maluca envolvendo Tom Ryder (Aaron Taylor-Johnson),  ator que protagoniza um grande épico espacial e desaparece de repente, e a diretora estreante Jody Moreno (Emily Blunt), por quem é apaixonado.

A simplicidade da sinopse de O Dublê é um bom sinal para quem procura um entretenimento leve, descompromissado e que não exige do seu público algum conhecimento prévio, como ocorre ao assistir produções de universos cinematográficos que adaptam histórias em quadrinhos. Com esse ponto positivo, há também a certeza de assistir a um filme feito por quem sabe o que está fazendo e tem experiência no assunto. Esse é o caso de David Leitch, que possui uma vasta experiência na função do seu protagonista, além de ter sido responsável pela produção de John Wick – De Volta ao Jogo (2014) e direção de Deadpool 2 (2018), Atômica (2017), Velozes e Furiosos: Hobbs e Shaw (2019), entre outros.

Quem também possui um currículo interessante é Ryan Gosling que já interpretou um personagem parecido, mas com um tom mais sério em Drive (2011), um detetive irônico em Dois Caras Legais (2016) e recentemente esteve em destaque por seu papel em Barbie (2023). Com essa experiência em produções de gêneros tão diferentes, o ator sabe como demonstrar versatilidade em diferentes momentos, principalmente nesse longa que pode ser considerado uma comédia de ação. Além disso, seu personagem interage muito bem com basicamente qualquer outro, independente da importância do mesmo para a trama como um todo.   

Outro mérito de O Dublê está na criatividade do uso da metalinguagem e das referências cinematográficas, recursos que aparecem de forma pontual e sem exagero. É engraçado e ao mesmo tempo curioso ver como isso ocorre através de diálogos e até mesmo visualmente como em Metalstorm, o filme que Colt e Jody estão tentando finalizar apesar de todas as dificuldades. Inclusive, a ideia de mostrar todos os obstáculos que uma diretora precisa lidar durante o processo de filmagem também se encaixa nisso de forma interessante.

Infelizmente, quem acaba destoando um pouco no caminho é a atriz Emily Blunt. Mesmo com todo seu talento, ela acaba sendo um ponto fora da curva deixando a impressão que talvez não fosse a melhor escolha para o papel. A sua expressão parece ser a mesma durante toda a projeção, o que enfraquece seu carisma em muitos momentos. Além disso, o roteiro não se preocupa em desenvolver muito sua personagem e a relação dela com Colt. Em pouco tempo, ela passa por uma transformação na carreira e na vida pessoal e isso quase não ganha importância na história.

Por outro lado, esse defeito não é grande o suficiente a ponto de impedir o público de se divertir muito com O Dublê. Simples, criativo e com críticas bem-humoradas, o longa tem tudo para propiciar uma experiência digna de um cinema “pipocão” e ainda dará de brinde a oportunidade de aprender um pouco mais sobre uma profissão tão pouco reconhecida na indústria cinematográfica. A propósito, fica a dica de esperar até os minutos finais para conferir algumas homenagens a esses profissionais, além de surpresas nas cenas pós-créditos.

Assista ao trailer:

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Marcus Alencar

"Palavras importam! Uma morte, uma ondulação e a história mudará em um piscar de olhos"

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