Tijolômetro – O Jogo do Assassino:

Ótimo!

Desde que a franquia John Wick surgiu, o cinema de ação nunca mais foi o mesmo, seja no formato ou nos nomes dos profissionais que se arriscam na direção. Esse impacto é evidente em filmes como O Jogo do Assassino. Dirigido por J.J. Perry, que possui experiência como coordenador de dublês e diretor de cenas de ação, o novo lançamento da Prime Video se destaca como uma adição sólida à nova safra do gênero, com sequências violentas e empolgantes, momentos cômicos bem executados e um toque de drama que pouco funciona.

Joe Flood (Dave Bautista) é um assassino profissional que, após receber um diagnóstico médico errado, acredita que tem apenas três meses de vida. Decidido a garantir um futuro para sua amada Maize (Sofia Boutella), ele contrata um serviço de execução para si mesmo. Porém, quando descobre que sua condição de saúde era um engano, já é tarde demais: uma legião de assassinos está em sua cola, tornando sua sobrevivência uma luta contra o tempo.

Baseado no livro homônimo de Jay Bonansinga, O Jogo do Assassino tem como grande destaque um protagonista de porte físico imponente, reconhecido como um dos melhores em seu ramo de atuação. As cenas de luta se tornam o ponto alto, com coreografias bem elaboradas e variadas, ainda que alguns desfechos sejam previsíveis e o uso excessivo de CGI comprometa parte da experiência. Apesar disso, esses elementos não quebram o ritmo da narrativa, que se mantém dinâmica graças ao uso de transições de cena criativas e inteligentes ao longo da trama.

Em relação ao humor, as situações criadas durante o filme aliviam a tensão de maneira eficiente. A escolha de não se levar a sério funciona bem dentro da história, mesmo quando o roteiro da dupla Rand Ravich e James Coyne recorre a estereótipos, como assassinos caricatos de diferentes nacionalidades. Embora isso possa desagradar parte do público, há exceções notáveis, como Creighton Lovedahl (Terry Crews), que se destaca nesse aspecto, mesmo com pouco tempo de tela. 

Outro ponto interessante de O Jogo do Assassino está no exagero visual das cenas de violência, com tanto sangue jorrado que em certos momentos lembra uma história em quadrinhos. Essa conexão é ainda mais curiosa, considerando que parte do elenco, como Dave Bautista e Pom Klementieff (o Drax e a Mantis da trilogia Guardiões da Galáxia), é conhecida por atuar em adaptações dessa mídia.

Por outro lado, a atuação é o ponto fraco do longa. Joe demonstra uma rasa profundidade emocional, sendo pouco convincente em momentos que exigem maior carga dramática. O problema se agrava com o ritmo acelerado da produção, que não permite tempo suficiente para desenvolver melhor o personagem ou suas conexões, como é o caso de seu chefe Zvi Rabinowitz (Ben Kingsley) com quem parece ter uma relação muito agradável.

Com o perdão do trocadilho, O Jogo do Assassino vence a aposta de entregar um autêntico exemplar da nova safra do cinema de ação pós-John Wick. Embora não tenha o mesmo brilho da franquia estrelada por Keanu Reeves, o filme cumpre seu papel ao oferecer um entretenimento sólido. Será especialmente apreciado por assinantes do serviço de streaming que derem o play sem grandes expectativas.

Assista ao trailer de O Jogo do Assassino:

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