Animações que divertem o público infantil e adulto já deixaram de ser uma exceção, parece ser o mínimo exigido para um longa do gênero. E O Touro Ferdinando não foge disso, é possível retirar da animação mais do que risadas. Temos mensagens sobre machismo, patriarcado, relações abusivas e até sobra tempo para um panorama das touradas espanholas e a violência com os animais.

Ferdinando é criado com outros touros, vida normal em uma fazenda. É mostrado que existia uma mística no local, algo como quando o toureiro escolher o melhor touro será recompensado com fama e status, fazendo assim que os outros animais se motivem a serem melhores. Nada muito complexo, ainda estamos falando de um foco infantil na narrativa. Porém Ferdinando é deslocado dessa realidade, é um touro tranquilo, pacífico e por esse comportamento chega a sofrer uma espécie de rejeição de sei pai, que era um touro muito forte.

Ao avançar da história Ferdinando cresce e se torna muito forte, sem ter feito nada para isso. Diferente de seus companheiros, ele teve uma criação amorosa, o que condicionou o seu comportamento diferenciado. Mas Ferdinando acaba sendo obrigado a voltar para onde ele detestava. A história segue essa linha tranquila de narrativa, nada explicitamente feito para adultos entenderem e isso é um grande mérito.

A princípio não é difícil a imersão naquela história, mas os problemas aparecem. Cenas que não levam a narrativa a outro ponto, piadas bobas até para crianças. O filme perde muita força no seu terço final, se tornando cansativo.

É possível levar uma criança para assistir O Touro Ferdinando e sair com alguns valores que se perdem na nossa vida cada vez mais corrida. Às vezes o simples ato de levar uma criança ao cinema é revigorante e a criação de laços é algo lindo, fazer isso vendo um filme que respeita seu público independente da idade parece ser algo fadado a dar certo.

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