Filme sobre um amor que se transforma em uma psicopatia não é a ideia mais nova na cultura, seja em filme, livros ou séries, mas por algum motivo esse assunto sempre nos fascina um pouco. Acredito que isso ocorre por que é um tema totalmente realista e bastante assustador. Alguém que um dia foi um amor, de repente se torna um perigo iminente. É justamente sobre isso que se trata “Paixão Obsessiva”, o filme de estreia de Denise Di Novi, que possui uma carreira muito bem sucedida como produtora.
Sinopse: Julia (Rosario Dawson) está mudando de cidade para morar com seu novo amor. Ela já enfrentou em sua vida um relacionamento abusivo e deseja deixar tudo para trás, mas a ex-mulher de seu atual marido (Katherine Heigl) irá se provar ainda pior que o caso de seu passado.
O roteiro de Paixão Obsessiva é simples, mas acaba se tornando bem executado pelo trabalho interessante de Denise e as ótimas atuações de Rosario e Heigl. Ambas estão ótimas e sustentam a película em seus momentos mais parados. Aliás, esse é o principal problema desse filme: ele demora a engrenar. É como se não houvesse nada verdadeiramente impactante entre o primeiro e o segundo ato para manter o espectador empolgado. Somente na transição do segundo para o terceiro as coisas começam a pegar fogo e você gruda na cadeira.
“Paixão Obsessiva” se enquadra muito bem no quesito suspense e se rende bastante aos clichês sem muita inventividade. É o caso do feijão com arroz bem feito que acaba ficando mais temperado devido às duas ótimas atrizes trabalhando. Temos também a participação de Geoff Stults como o marido que acaba sendo disputado. Sua atuação não brilha e nem compromete.
O filme tem seus bons momentos, mas não espere nada fora da caixa ou extremamente inventivo. Talvez a coisa mais engenhosa do roteiro seja a boa utilização da internet para criar situações problemáticas. O roteiro fica por conta de David Leslie Johnson (que escreveu Invocação do Mal, A Órfã e está anunciado para o próximo filme de Dungeons e Dragons) e Christina Hodson que até então só havia escrito “Refém do Medo”.
O filme cumpre bem a sua função de entreter mesmo com seus clichês, conseguindo fazer com que o espectador se importe com os personagens e sinta raiva das situações que a protagonista sofre. O investimento emocional ocorre bem nesta película e se mantém em seus momentos mais monótonos. Uma boa pedida para quem deseja ver um suspense leve.