Nesse final de semana pintou aqui no Tarja Nerd um ótimo texto indicando alguns quadrinhos do Cabeça de Teia (confira aqui), logo, me senti no dever de equilibrar a balança e indicar alguns quadrinhos do Cruzado Encapuzado. A ideia é escolher 4 vilões famosos do Batman e indicar quadrinhos em que esses vilões se destacam e incomodam bastante a vida do nosso herói.

O Morcego possui uma galeria de vilões bem vasta e diferenciada, não se tratam apenas de malucos e psicopatas (apesar de todos os super vilões escolhidos para o texto se encaixarem nessa descrição). A ideia é iniciar com esses quatro e quem sabe em um futuro próximo ir dissecando toda a galeria dos criminosos de Gotham.

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Hugo Strange

Um dos primeiros vilões do Batman, Hugo Strange era um psicólogo do Asilo Arkham e acabou se envolvendo em problemas quando passou a fazer experimentos com pacientes. Sua primeira aparição se deu logo nas primeiras revistas do Homem Morcego e foi publicada em 1939, na Detective Comics 36. Uma trama curta de 10 páginas e que se eu comentar muito entregarei a revista toda. Mas o que gostaria de indicar mesmo são outras duas excelentes histórias que envolvem Hugo Strange, a primeira delas publicada aqui no Brasil pela Panini nas revistas: Batman Extra 1 e 2. Trata-se da mini série “Batman e os Homens-Monstro”, escrita e desenhada pelo grande Matt Wagner, a história é uma releitura modernizada da primeira aparição de Hugo Strange nas revistas do Cavaleiro das Trevas. Possui uma narrativa detetivesca e com cenas de ação dinâmicas e bem pensadas. Ótima pedida pra quem quer conhecer o vilão além do apresentado  nos jogos Arkham.

A segunda história é possivelmente umas das melhores sagas do Batman. Se trata de “Batman: Estranhas Aparições”, faz parte da clássica fase do Morcego desenhada por Marshall Rogers e escrita por Steve Englehart e Len Wein (este último também conhecido como criador do Wolverine). Após a primeira aparição de Strange  na era de ouro dos quadrinhos, ele ficou desaparecido das revistas do “Bátema” até  ressurgir nessa saga. Ela trata de uma vingança do Doutor Hugo Strange contra o herói, sua vingança é de certa forma bem sucedida já que consegue descobrir a identidade do Morcego, porém, o psiquiatra é pego por alguns mafiosos, acabando por falecer com o segredo de Bruce bem guardado e passando assim a infernizar a vida de seus assassinos na forma de um fantasma. Essa saga em específico já é um vislumbre da famosa época sombria dos quadrinhos nos anos 80.

Charada

Um excelente vilão, mas infelizmente muito pouco aproveitado, por esse motivo vou indicar apenas um quadrinho. Mas não se engane, é uma história muito acima da média e extremamente pesada.  Em “Batman: Cavaleiro das Trevas, Cidade das Trevas”, temos um Charada completamente perturbado, ultrapassando os limites de seu modus operandi e se envolvendo com ocultismo e magia negra. Por fim acaba sendo possuído por um demônio e começa a envolver o Batman de formas indiretas em um ritual extremamente bizarro. Essa saga foi publicada aqui no Brasil apenas uma vez em 1991 na saudosa editora Abril na terceira série do Batman, edições 18 e 19. É escrita pelo inglês Peter Milligan e possui belíssimas capas do mestre Mike Mignola. Se achar um dia nos sebos da vida, não pense duas vezes e dê uma chance pra esse ótimo gibi.

Coringa

O mais famoso vilão dos quadrinhos, é difícil fazer indicações que não sejam óbvias. O palhaço do crime possui sem sombra de dúvidas os maiores embates com o Morcego. Eu poderia indicar a obra prima “Asilo Arkham” de Grant Morrison e Dave McKean ou até mesmo a importante cronologicamente “Morte em Família” de Jim Starlim e Jim Aparo, também não poderia esquecer a origem de Alan Moore e Brian Bolland em “ A Piada Mortal”, mas vou indicar outras duas revistas, não tão boas como as ditas acima porém muito divertidas e interessantes. A primeira indicação vai para outra releitura da primeira aparição do vilão, dessa vez o roteirista Ed Brubaker reconta a primeira aparição do Coringa em Gotham. Em “O Homem Que Ri” Brubaker resgata a trama de Batman Nº 1, apresentando a origem do palhaço como Capuz Vermelho e o seu primeiro plano em Gotham: envenenar o reservatório de água da cidade. Boa história e serve como uma alternativa ou até mesmo complemento a “A Piada Mortal”.

A segunda é um típico produto dos anos 90, Chuck Dixon, clássico escritor do morcego nesse período, decidiu causar polemica e fazer uma trama bem bobinha, porém divertida. Em “Coringa: Advogado do Diabo” o nosso herói se vê em uma situação em que precisa defender seu maior vilão em um julgamento onde o Coringa pode ser sentenciado a morte. O quadrinho possui passagens interessantes, momentos em que o Comissário Gordon questiona o Batman, alegando que muito provavelmente a escolha mais sensata a se fazer é deixar o Coringa morrer independente dele ter cometido o crime que o acusam ou não. Arte escalafobética, Coringa fazendo coisas de Coringa e frases de efeito. Ótimo gibi para ler de forma despretensiosa .

Duas-Caras

Outro vilão que pode ser usado de tantas formas e poucos roteiristas conseguem usá-lo bem. A indicação é um quadrinho da espetacular dupla Marv Wolfman e George Pérez, em “Batman: Um lugar para morrer” vemos um Batman muito abalado psicologicamente com a morte do segundo Robin (Jason Todd) e com o abandono de Dick Grayson ao manto de Robin, se tornando Asa Noturna e líder do Jovens Titãs. Bruce estava demonstrando um comportamento mais agressivo e até mesmo suicida, é neste momento que surge o carismático terceiro Robin (Tim Drake), que por sua vez não se tratava de um órfão, mas sim de alguém que buscou ser Robin e essa é a mensagem mais significativa  do gibi. A importância do legado do personagem criado para o público infantil lá em 1940 e que infelizmente foi transformado em chacota por alguns. “Batman: Um lugar para morrer” é uma história muito bonita, divertida e importantíssima para a cronologia da Bat-Família.


Essas foram algumas indicações de um colecionador do personagem, espero ter dado dicas úteis pra quem estava querendo ler algumas coisas diferentes do Morcego. Nenhuma das revistas citadas é muito complicada de achar, uma boa pesquisada na internet ou passadas em sebos já deve ser suficiente. Espero que curtam, boa Bat-Leitura pra vocês Bat-Leitores.

 

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