Após oito anos de seu último filme (Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado), os 4 heróis da Marvel são relançados em mais um longa: O novo Fantastic Four, um reboot da franquia que pertence a Fox e que tenta contar de uma forma diferente de seu antecessor o início da trupe fantástica de Stan Lee.

Uma coisa que todos que conhecem um pouco desse universo da Marvel é que Reed Richards (Miles Teller) é um gênio desde sua infância até se tornar um dos seres mais inteligentes deste universo quando adulto. Porém falta um pouco de análise óbvia em sua casa e também em seu colégio, onde pais e professores reprimem e ridicularizam não só os grandes feitos de Richards, mas também o seu potencial e genialidade evidentes. Sabe-se lá como um cientista renomado como Franklin Storm (Reg E. Cathey), envolvido num super-projeto interdimensional, esteja num colégio desses, que pouco valoriza a genialidade, à procura de talentos. Será que é porque o roteirista quis que fosse assim?

Por falar em roteirista, os que trabalharam nesta nova adaptação conseguiram superar a falta de qualidade da dualogia que a antecedeu. Com um nível rasteiro de desenvolvimento de cada personagem, que até contava com elenco de qualidade, o espectador não consegue criar vínculos com deles, e não era à toa, já que com o passar moroso de cada minuto do filme aumentava a ideia de desleixo e preguiça em desenvolver a história.

Os minutos seguintes ao experimento na escola chegam até a serem razoáveis comparando com o restante da história, mostrando brevemente, porém de forma interessante, o relacionamento triângular entre Reed, Sue, Victor além da viagem do grupo para a outra dimensão. Mas a parte mais aguardada de qualquer filme de origem de herói, a descoberta dos superpoderes e o treinamento/aprendizado de como usá-los, nesse Quarteto Fantástico, dirigido por Josh Trank, sequer se dá um trabalho de fazer um “fast-foward”, uma montagem de treinamento com rápida passagem de tempo. Essa etapa da trama é simplesmente obliterada do longa, o que deixa um completo sentimento de frustração já na metade do filme.

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A partir daí Quarteto Fantástico segue ladeira abaixo, com o gosto amargo da pressa em finalizar todos os fracos plots do filme. O Coisa (Jamie Bell) que vive o drama de sempre: A mágoa de Reed; O Tocha-Humana (Michael B. Jordan) sem sua principal característica: O humor; Sue Storm (Kate Mara) como a filhinha do papai; e o Dr. Destino (Toby Kebbell) com uma motivação ridícula para destruir tudo e todos, fora o seu visual duvidoso. Tudo isso vem a corroborar para o descaso no terceiro ato do filme que peca veementemente com cenas de ação incompreensíveis e um planinho básico para salvar o dia.

Apesar de já contar com uma baixa expectativa, a película conseguiu, com louvor, superá-las negativamente. Seja pela falta de recursos (filme com o orçamento mais baixo de super-herói da Marvel desde Motoqueiro Fantasma com 120 milhôes de dólares) ou pela pressa em finalizá-lo, os fãs que se dignaram a ir assistir o novo Quarteto Fantástico nas telonas (poucos até o momento) mereciam algo pelo menos razoável. Filme Preguiçoso!

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Daniel Gustavo

O destino é inexorável.

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