Apesar de não gostar muito do seu estilo de escrita, esse é o segundo livro de Augusto Cury que leio. Essa obra me chamou a atenção por vários motivos: a capa muito bem feita, o contexto da Segunda Guerra Mundial abordado na trama e sua proposta principal, que é traçar o perfil psicológico do ditador Adolf Hitler.
Médico psiquiatra, psicoterapeuta, cientista e escritor, Augusto Cury nos conduz pela mente de Hitler através do professor de História Júlio Verne (sim, seu nome é uma homenagem ao célebre escritor francês). Júlio é um psicólogo formado, que deixou de exercer a profissão para dar aulas. Apaixonado pelo que faz, ele une essas duas áreas do conhecimento para contar as atrocidades cometidas na Segunda Guerra, principalmente o Holocausto, sob um olhar mais humano, voltado para o lado psicológico.
Dessa forma, Júlio não se limita a relatar fatos históricos. Seu objetivo é fazer com que as pessoas tenham senso crítico e se sensibilizem com o sofrimento dos seus semelhantes. Nas suas palavras, o papel de um professor é formar “mentes pensantes e não repetidores de informação”. Sendo assim, ele não abre mão de provocar seus alunos, de instigá-los a uma reflexão mais profunda. Isso faz com que ele seja adorado por muitos e odiado por não poucos.
A ficção fica por conta dos pesadelos frequentes que Júlio passa a ter, envolvendo nazistas caçando judeus. E, quando está acordado, ele passa a ser perseguido por inimigos misteriosos, que atentam contra a sua vida e a de sua esposa, Katherine. Esses acontecimentos mudam a vida do casal de uma hora para outra, deixando-os perdidos em meio a tantas perguntas sem respostas.
Um ponto negativo são os diálogos excessivamente formais em alguns momentos, principalmente nas ocasiões mais íntimas entre Júlio e Katherine. O professor é um intelectual, compreendo, mas às vezes também exagera nas metáforas que usa, soando muito dramático.
Mesmo assim, O Colecionador de Lágrimas vale a pena ser lido, pois com ele entendemos o que leva uma sociedade a colocar no poder um ditador desumano. Também nos é dado um alerta: se não estivermos mentalmente preparados, esse erro fatal pode se repetir. Para evitar que isso aconteça, é necessário que as pessoas tenham mentes livres, com senso crítico. E nesse momento, o papel dos professores é reconhecido.
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