Tijolômetro – Shazam 2: Fúria dos Deuses (2023)

Ruim

Pouca coisa sobreviveu após o anúncio do reboot no universo da DC nos cinemas. Um dos heróis que permaneceu foi Shazam, que ganhou seu segundo filme em 2023. Porém, Shazam 2: Fúria dos Deuses foi um fracasso nas bilheterias justificado pela história superficial e pelo desequilíbrio na balança entre humor e ação.

Nesta sequência, acompanhamos Shazam (Zachary Levi) e seus irmãos lidando com seus poderes enquanto precisam continuar com suas vidas normais de crianças e adolescentes. A situação se complica quando três entidades em busca de vingança chegam à Terra para recuperar a magia antiga que lhes foi roubada há milênios. Agora, os irmãos não têm escolha a não ser encarar suas responsabilidades e aprender a trabalhar em equipe.

A trama de Shazam 2: Fúria dos Deuses não é nem um pouco inovadora ou original, mas o principal problema é a falta de profundidade de seus personagens. Mesmo sendo clichê, se o roteiro tivesse se preocupado em criar o mínimo de empatia pelos personagens, o desempenho do longa poderia ter sido um pouco melhor. Contudo não há desenvolvimento significativo em nenhum deles, de modo que não nos importamos com o que acontece. Isso também se aplica às vilãs da produção que, mesmo tendo atrizes veteranas como Lucy Liu (Kalypso) e Hellen Mirren (Hespera), são rasas e previsíveis.

A fórmula de humor com piadinhas presente no primeiro filme continua em cena, mas o roteiro não sabe equilibrar comédia e ação para que fique algo divertido. Felizmente, não chega a ser a galhofa que vemos em Thor: Amor e Trovão, já que Shazam 2 ainda tem alguns momentos engraçados. Porém a maioria das piadas vem no momento errado.

A premissa do filme fala sobre o trabalho em equipe entre o Shazam e os irmãos, entretanto sua família vai perdendo importância ao longo da narrativa até ficar completamente em segundo plano. Se não bastasse essa incoerência, algumas cenas são descartáveis e não contribuem em nada para o desenvolvimento da história, como a aparição de unicórnios monstruosos que gostam de doces, por exemplo.

A personalidade do Shazam é a de um garoto no corpo de um homem adulto e Zachary Levi continua desempenhando bem seu papel. O fato que causa estranheza é que a personalidade de Billy (Asher Angel) – que deveria ser a mesma de sua versão superpoderosa – não está na mesma sintonia. O garoto está passando pelo fim da adolescência muito mais sério e fechado devido a algumas preocupações com relação ao seu futuro e isso não parece ter relevância quando ele usa os poderes, continuando imaturo e brincalhão, sem o amadurecimento esperado.

A produção ainda conta com participações especiais e duas cenas pós-créditos que indicam que o herói não encerrou sua permanência no novo DCEU comandado por James Gunn. Porém, depois do fracasso nas bilheterias, não dá para ter certeza de que veremos o personagem novamente.

Shazam 2: Fúria dos Deuses erra a mão e não consegue salvar sua trama que já não é das mais inovadoras. Por mais que o “Voltagem Máxima” tenha sobrevivido à reformulação do universo da DC nos cinemas, a única forma de vê-lo de novo em ação é contando com uma necessária renovação de roteiristas.

Assista ao trailer:

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Mozer Dias

Engenheiro por formação, mas apaixonado pelo mundo da literatura e do cinema. Se eu demorar a responder, provavelmente estou ocupado lendo ou assistindo a um filme.

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