Tijolômetro – Shin Godzilla (2016):

Muito bom

Antes de Godzilla Minus One, a produção japonesa de maior sucesso sobre o kaiju mais famoso do cinema foi Shin Godzilla, de 2016. E graças ao orçamento pequeno e o CGI péssimo, o filme consegue resgatar a atmosfera nostálgica dos antigos tokusatus. Melhor ainda, o longa dirigido pela dupla Hideaki Anno e Shinji Higuchi (ambos de Neon Genesis Evangelion) conta uma ótima história que faz crítica à poluição ambiental, ao uso de armas nucleares e à excessiva burocracia na política interna e externa do Japão.

Shin Godzilla – ou Novo Godzilla, como a tradução do título sugere – apresenta uma versão diferente do lagartão radioativo que estamos acostumados a ver. Começando pela origem diferente, esse kaiju está em constante evolução após comer lixo radioativo que foi despejado nos oceanos ao invés de ser resultado das explosões de testes nucleares. Em seguida vem a sua aparência assustadora e grotesca, parecendo muito mais irracional do que de costume. Para completar, ele se mostra um predador natural terrível que surge no litoral com muitos truques disponíveis para se defender e destruir a cidade.

E mesmo que o Gojira seja o protagonista, Shin Godzilla destaca o núcleo humano lutando para sobreviver e passar por cima de todas as barreiras burocráticas e diplomáticas da sociedade moderna. Além de uma crítica interna, também ressalta o desejo por poder e controle de outros países, especialmente os Estados Unidos e sua influência através da força militar. É por conta de todos esses pontos positivos que esse é um dos filmes japoneses que mais fizeram sucesso dentro dessa longa franquia e merece a devida atenção.

Assista ao trailer:

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Mozer Dias

Engenheiro por formação, mas apaixonado pelo mundo da literatura e do cinema. Se eu demorar a responder, provavelmente estou ocupado lendo ou assistindo a um filme.

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