Os fãs do gênero terror no cinema sabem que o que há de melhor não vai para os circuitos comerciais e muito menos chegam a passar no cinema aqui no Brasil, somos obrigados a caçar esse tipo de filme pela internet. O que James Wan fez com o terror no cinema foi torná-lo quase que para toda a família, estabelecendo as bases para o terror da geração Millenium e conseguindo emplacar um número considerável de franquias de sucesso nas telonas.
Em Sobrenatural: A Ultima Chave, quarto filme da franquia, temos a protagonista Elise que irá fazer uma retomada em seu passado, voltando para a cidade onde nasceu após um pedido de ajuda do morador da casa em que passou a infância. Esse morador, Ted Garza, relata a Elise acontecimentos estranhos que a faz ir até o local e levar com ela seus ajudantes Specs e Tucker. A protagonista irá enfrentar a maior ameaça de sua vida até o momento, lembrando que esse filme se passa cronologicamente antes do Sobrenatural 1, enquanto lida com seus traumas de infância. Nada de novo no front, história bem básica.
Temos um início bem promissor no filme, vemos que a pequena Elise já possui uma propensão ao mundo espiritual e toda a construção da personagem é feita de uma forma certa, nos ambientando muito bem no longa. Confesso que me animei bastante com o prólogo que vi. Infelizmente com o passar dos 15 minutos iniciais é fácil perceber o que veremos no filme, toda a inventividade da trama foi usada em seu prólogo, para o resto do filme apenas breguices e auto-referências.
A direção de Adam Robitel se mostrou em muitos momentos equivocada. A ideia fixa de colocar nos dois assistentes de Elise o alívio cômico lá pelas tantas se tornou insuportável, a falta de timing para comédia foi a coisa mais assustadora do longa. Além do padrão James Wan de sustos se repetir o filme inteiro, me parece que se já assistiu Invocação do Mal, Annabele e as outras franquias de Wan já esgotou a cartilha de sustos e jump scare.
A produção industrial do terror fragiliza a real criatividade de quem produz esse tipo de filme, filmes que contestam o padrão e exploram o absurdo não serão facilmente encontrados no circuito. Pra quem é fã dos filmes pipoca de horror pode ser uma pedida razoável, desde que não tenha exigência com nada.