Sonic 2: O Filme (2022)│Crítica

Em 2020 tivemos o primeiro live-action do personagem Sonic, que ficou em evidência devido a um visual polêmico para o personagem principal, mas que foi modificado depois da reação do público. No lançamento o filme se provou divertido de uma maneira bem despretensiosa, apesar de seguir excessivamente na fórmula do “ser de outro mundo tendo que lidar com as coisas da Terra”. Agora temos a sequência que promete trazer ainda mais elementos dos jogos.

O diretor Jeff Fowler se mantém, além dos dois roteiristas anteriores, Pat Casey e Josh Miller. Temos a adição de um terceiro nome para a equipe de roteiristas, John Whittington que acredito que é a peça que faz esse filme ser superior ao anterior. Whittington tem em seu currículo dois filmes muito interessantes, Lego Batman: O Filme e Lego Ninjago: O Filme. Muito da qualidade do diálogo e de momentos de humor que temos em Sonic 2 ressoa com essas duas últimas produções citadas.

Parece que as críticas sobre o filme não abraçar tanto os jogos foi ouvida. Não só temos mais personagens, como o próprio Jim Carrey mergulha muito mais na versão cartunesca do vilão Robotnick. O roteiro em si tem uma premissa simples de caça ao tesouro que, para muitos, não trará muitas surpresas em relação a arcos de personagens, pois a trama é bem dentro dos padrões, apesar de ser bem executada.

Sonic está mais carismático e existe uma ótima química com os personagens Tails e Knuckles. A mitologia dos jogos está mais presente aqui, apesar de nunca ser suficientemente aprofundada. Claramente está ali somente para mover a trama. No segundo ato o filme diminui o ritmo para desenvolver um subplot que surge do nada, como se existisse um micro-filme dentro deste. Mas o que realmente faz o longa brilhar é o terceiro ato e vemos todo o potencial divertido desse personagem.

Muito provavelmente os fãs ficarão bem satisfeitos, principalmente com esse terceiro ato que abraça completamente conceitos e ideias provenientes da mitologia dos games. Finalmente temos o que uma adaptação do Sonic deveria ter desde seu primeiro filme. Vale ressaltar que a cabine de impressa onde o Quarta Parede pôde ver o filme foi uma sessão dublada, portanto é difícil avaliar a totalidade da atuação de Jim Carrey, entretanto é preciso dizer que as vozes brasileiras de Tails e Knuckles estão funcionando muito bem.

O filme é uma ótima mistura de aventura e comédia, sendo essa bem melhor do que a da primeira entrada da franquia. Os diálogos e piadas referenciais estão bem mais interessantes, apesar de não acertarem todas as vezes. Certamente vale conferir, e para os viciados em cena pós-créditos temos uma bem instigante, principalmente para aqueles que são fãs da mitologia dos jogos de Sonic.