Quando o Tarja Nerd inaugurou há pouco tempo o quadro de dicas e sugestões semanais pra você ter seus “nerdgasmos”, aproveitei a iminente estreia do Episódio VIII para sugerir a leitura do Star Wars Sombras do Império, escrito por Steve Perry e publicado em terras tupiniquins pela magistral editora Aleph, que vem desenvolvendo um excelente trabalho junto ao público Nerd. O livro é o spin-off que se situa entre O Império Contra-Ataca e O Retorno de Jedi, contando em detalhes como se deu a conclusão do treinamento Jedi de Luke Skywalker, a corrida contra o tempo pra resgatar Han Solo das mãos de Boba Fett e, por fim, as intrigas imperiais envolvendo a construção da segunda Estrela da Morte. Enriquecendo de sobremaneira o universo Star Wars com uma boa história, expandindo a aura dos personagens clássicos, como Luke, Vader, Han e Leia, ao mesmo tempo em que apresentou personagens novos bacanas, como o caçador de recompensas fanfarrão Dash Rendar, o andróide assassino e também caçador de recompensas IG-88 e, o mais importante deles, o sombriasso Príncipe Xizor, que é o manda-chuva da organização criminal Black Sun que se aliou ao Império para financiar a construção da segunda Estrela da Morte. Empreitada esta que fez com que o Príncipe Xizor percebesse as vantagens de ser o braço direito do Imperador, despertando no criminoso intergalático o desejo de usurpar o lugar de Darth Vader.

A partir da leitura deste livro, a Força naturalmente fez com que minhas atenções se voltassem do livro para o não menos lendário jogo Star Wars Shadows Of The Empire lançado em 1997 para Nintendo 64 e pouco depois para PC. É portanto sobre o jogo Star Wars Shadows Of The Empire que quero tratar neste texto.

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O game é divido em capítulos bem distintos, e a cada capítulo novo o jogador é brindado com a tradicional sinopse em letras amarelas subindo pela tela ao som de Star Wars Theme, de John Williams (gravamos um drops sobre ele aqui). Na versão pra Nintendo 64 e nas primeiras versões para PC, as cut-scenes eram desenhos, e o jogador pressionava os botões para passar de uma pra outra. Anos mais tarde, em 2016, saiu um remake de Shadows Of The Empire pra PC com cutscenes animadas em CGI. Em se tratando do quesito trilha sonora, Star Wars é sempre uma referência, independentemente de ser em relação aos filmes, jogos, ou o que quer que seja, e a trilha de Shadows Of The Empire não é exceção.

Os níveis de dificuldade realmente fazem jus às suas respectivas nomenclaturas: Easy (ou nível Jar Jar Binks), Medium (Opa… Peraí!), Hard (como assim, Stormtrooper acertando tiro e ainda por cima de primeira?!), e, por último, o nível Jedi (o nome já fala por si só…). Há símbolos da Aliança espalhados por todas as fases, onde os prateados são bônus que se convertem em vidas ao final da fase e os vermelhos são vidas extras, portanto quanto mais você coletar melhor.

O jogador encarna o caçador de recompensas Dash Rendar, que, juntamente com seu parceiro robô Leebo, transporta uma carga para os rebeldes na Base Echo no planeta-picolé Hoth. Sua nave, a Outrider, é de um modelo muito parecido com a Millenium Falcon. Neste primeiro capítulo do jogo, Dash desembarca na Base Echo no exato momento em que estala o ataque imperial que assistimos em O Império Contra-Ataca, o que faz com que o nosso protagonista, que é um exímio piloto, assuma os controles de uma das naves de combate pra largar o prego nas tropas imperiais! Essa é talvez a fase mais legal do jogo: você se sente como se estivesse na cena do filme mesmo, porque os criadores prestaram atenção em cada detalhe. Eu fiquei embasbacado quando derrubei um AT-AT usando os cabos de aço pra amarrar as “pernas” deles, como no filme!

A jogabilidade dessa primeira fase é bem fluida e proporciona uma diversão genuína. A conclusão deste primeiro ato se dá nas duas fases seguintes, em que Dash tem que acionar o mecanismo de derretimento/auto-destruição da base e fugir em seguida, eventualmente dando de cara com um Destroyer imperial na saída da atmosfera do planeta e, de quebra, combatendo uns TIE Fighters e Bombers.

Por se situar em uma fase de transição do 2D para o 3D, Star Wars Shadows Of The Empire foi mais um dos muitos jogos que padeceram de problemas gráficos que, ao mesmo tempo, afetavam um bocado a beleza estética do jogo (foi a era das caras quadradas!) e também dificultavam a orientação e a mobilidade do jogador, principalmente nas fases em que jogamos com Dash Rendar a pé. Perdi a conta de quantas vezes eu caí naqueles malditos penhascos por causa desses problemas de orientação e mobilidade…

O segundo ato se desenvolve em torno da primeira tentativa de resgatar Han Solo. Durante o percurso até o palácio de Jabba, Boba Fett se depara com IG-88, um andróide caçador de recompensas que quer lhe tomar o prêmio e, após um breve combate, IG-88 para em num planeta ferro-velho para consertar sua nave. É aí que Dash Rendar encontra a oportunidade perfeita para extrair dele a informação sobre o paradeiro de Boba Fett. Para chegar até IG-88, o jogador tem que ir pulando de uma plataforma flutuante a outra, plataformas estas que deslizam sobre trilhos, o que exige reflexos rápidos, pulos sincronicamente precisos e muita, mas muita paciência mesmo…

A fase seguinte, no sistema Zhar, é um planeta desértico cheio de penhascos, portanto cuidado! É a fase mais longa e difícil do jogo e, como se não bastasse, você tem que enfrentar Boba Fett no mano a mano à base de bláster e, num segundo momento, você o enfrenta a pé estando ele a bordo da Slave I! Isso sim é que é combate desleal! Use e abuse dos tiros Pulse que são super bem-vindos nesse combate.

Infelizmente, Boba Fett teve ajuda imperial e conseguiu se livrar de Dash com sua preciosa carga, dando a deixa para toda a trama do resgate de Han Solo em O Retorno de Jedi, ao mesmo tempo em que abre as cortinas para o próximo ato do jogo, em que se corre contra o tempo para descobrir novas informações sobre a segunda Estrela da Morte. Nesse meio tempo, Dash descobre que uma gangue à mando da organização criminosa Black Sun é designada para matar Luke Skywalker, o que só traria vantagens para o Príncipe Xizor: se Luke Skywalker morresse, Darth Vader fracassaria em sua empreitada de tentar trazer Luke para o Lado Sombrio da Força, o que certamente deixaria o Imperador muito do p*%$# da vida, deixando o caminho livre para Xizor assumir seu lugar junto do Imperador.

Essa fase da perseguição à gangue é onde o aspecto “orientação” é mais problemático que nunca, pois Dash guia uma moto flutuante por meio das ruelas de Tatooine (que parecem um país desértico árabe). As idas e vindas da moto causam até certa vertigem. Após impedir o atentado contra a vida de Luke, Dash parte para uma missão stealth a uma nave imperial pra tentar surrupiar o super-computador com as informações da segunda Estrela da Morte (o super-computador parece um micro-system! Rs!).

O último ato envolve a caçada ao Príncipe Xizor, e desfecha na épica batalha de Skyhook, uma estação espacial administrada pelo ambicioso príncipe. Depois de se infiltrar no palácio de Xizor por meio dos esgotos, Dash, Luke e Lando Carlissian (usando a Millenium Falcon) saem no encalço do príncipe Xizor para o combate final no espaço. A fase dos esgotos segue bem até o momento de enfrentar o chefão, que é um monstrengo aquático, sendo que a fase do palácio de Xizor é a mais difícil do game. O combate contra o chefe (o Gladiador robô) se dá em 3 momentos. A primeira etapa é tranquila, mas a segunda e a terceira… Putz!

A última fase é mais um fan-service de combates no espaço. Você até esbarra com alguma X-Wing e até com a Millenium Falcon nessa brincadeira. Bem legal mesmo!

Apesar de alguns problemas de jogabilidade devido às limitações gráficas e ao próprio sistema de resposta do Nintendo 64, com aquela alavancazinha que sempre dava problema, Star Wars Shadows Of The Empire é um jogo que vale a pena ser jogado porque enriquece a experiência com o universo de Star Wars, oferencendo boas sequências de ação, boa trilha sonora e conciliando uma trama original com  tributos a elementos icônicos dos filmes.

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