[authorbox authorid=”5″ title=”Crítica por:”]
Vamos para mais uma produção pensada para ser lançada no Halloween. Dessa vez com um filme de terror de baixo orçamento que se propõe a fazer um exercício metalinguístico ao mesmo tempo que tenta contar a história de seu protagonista.
Jake é um escritor que está passando por um problema de bloqueio criativo depois da morte de sua esposa. Ele decide passar a noite de Halloween com sua filha ainda criança numa casa onde supostamente um assassinato ocorreu trinta anos atrás. Ele começa a ser atacado por visões e assombrações enquanto tenta vencer sua dificuldade para escrever.
Claramente esse é um projeto de paixão de Michael Ballif que escreveu, dirigiu e editou esse filme. Como diretor esse é seu primeiro longa, mas ele já escreveu e dirigiu na série, também de terror, The Witching Season. Aqui ele se propõe em fazer uma grande homenagem não só ao feriado do Dia das Bruxas mas a filmes de terror.
O que existe de mais interessante em They Live Inside Us são os filmes dentro do filme. Quando o protagonista começa a escrever roteiros vemos como eles se passam na cabeça do personagem. Nesse momento temos uma estética que simula o estilo VHS com trilha sonora de sintetizador. Em termos de visual a obra é incrível, principalmente a fotografia que também é feita por Michael Ballif.
Mas, apesar da estética bonita, o filme tem pouco conteúdo. O segundo ato é bastante entediante e temos muita dificuldade de entender sobre o que realmente é esse filme, além de uma homenagem ao gênero de terror. Temos longas cenas do protagonista andando pela casa vazia e o uso excessivo do recurso de alucinação. As cenas dos filmes imaginários também são visualmente interessantes, mas logo caem na mesmice e sempre possuem o mesmo final.
O ator que faz o protagonista é James Morris. Sua atuação se resume a arregalar os olhos em qualquer momento do filme. Curiosamente ele também faz os monstros dos seus roteiros imaginários, e lá ele entrega atuações diferentes e mais interessantes. Sua filha é feita pela atriz mirim Emily Broschinsky que no seu pouco tempo de tela consegue entregar um ótimo trabalho e cativa em sua condição especial apresentada no filme.
O terceiro ato é o que tenta amarrar tudo que é apresentado no filme. O problema é que o grande plot twist final não justifica toda a obra e deixa uma série de pontas soltas. Talvez com uma outra mão ajudando no roteiro poderíamos ter uma história mais consistente. O conceito em si é um tanto clichê, mas poderia ter funcionado se fosse melhor trabalhado.
They Live Inside Us não é um bom filme. Tem o pecado de ser entediante, que é o grande problema que uma obra cinematográfica pode ter. Entretanto, é evidente que Michael Ballif é um apaixonado pelo gênero e existe talento genuíno ao longo da obra. Talvez valha a pena conferir o seriado The Witching Season e ficar atento em seus próximos trabalhos. Não ficaria surpreso se surgisse algo interessante vindo desse artista.