A personagem Lara Croft já ganhou duas adaptações anteriores para o cinema com Angelina Jolie, apesar de serem bem ruins, os filmes acabaram ficando carinhosamente guardados na mente de algumas pessoas. O jogo ganhou uma nova versão em 2013 que trazia uma proposta mais realista para personagem e a revitalizava na cultura pop de aventureiros de catacumbas. O reboot de Tomb Raider nos cinemas acompanha esta nova linha de jogos e reapresenta a personagem.

Depois de sete anos do desaparecimento de seu pai, Lara decidi finalmente assinar os papéis que o declararam oficialmente morto, mas com a descoberta de um estranho quebra cabeça ela descobre os segredos que seu progenitor guardava. Na esperança de encontrar seu pai vivo ela parte numa jornada para o Mar do Diabo, rumo a uma ilha na costa do Japão onde supostamente um poder sobrenatural terrível esta guardado.

Assim que o filme começa temos a péssima sensação de que este será mais um desastre de adaptação de vídeo games para o cinema. A introdução da personagem de Lara é cheia de detalhes que, simplesmente, não casam com o espírito de uma história de desbravamento de relíquias antigas, além de cenas de ação sem propósito que se encaixe dentro da trama. Mas mesmo neste momento do filme a atriz Alicia Vikander está mais do que excelente. Ela casou completamente com Lara e trasborda carisma em todas as cenas. Consegue sair do engraçado e ir até o dramático sem problemas e convence completamente como uma “porradeira” capaz de derrotar um exército com um arco e flecha.

O filme já começa com uma narração expositiva que vai se repetir alguns minutos depois. Em diversos momentos temos coisas desse tipo. Claramente o roteiro subestima totalmente os espectadores. Quando a trama finalmente chega à aventura em si, o filme deslancha e o primeiro ato desastroso fica para trás. O clima tem seus momentos cômicos, mas eles somem quando a trama ganha contornos mais sérios. Os diálogos algumas vezes são bem bobinhos e se rendem aos clichês típicos do gênero, mas como os atores estão realmente se esforçando isso acaba fluindo sem incomodar tanto.

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Se você é o tipo de pessoa detalhista em relação a roteiros de aventura talvez alguns detalhes te incomodem. Tecnicalidades de herança, métodos do vilão e de alguns outros personagens. O filme não é um Indiana Jones, mas é bem divertido e passa o clima da aventura, porém ele não tem tanto cuidado em elaborar essas questões de plot, apesar de ter suas boas sacadas aqui e ali.

As sequências de ação são ótimas. Estão muito bem filmadas pela direção de Roar Uthaug que teve uma grande preocupação de trazer cenas e momentos específicos do jogo de 2013. Isso foi uma ótima ideia, pois este game tem diversos momentos cinematográficos incríveis. Tanto a direção quanto o roteiro foram bem inteligentes em pinçar do game o que serviria para a mídia cinema e deixar de fora o que só funciona nos consoles. Mesmo não seguindo a trama muito ao pé da letra, ele é bem fiel a esta nova versão da franquia Tomb Raider.

Para quem não conhece a personagem talvez fique muito difícil aceitar os feitos incríveis que ela realiza ao longo da trama, pois sua apresentação é totalmente desconjuntada. Para quem já é fã da franquia é totalmente possível passar por cima destes problemas e curtir o que o filme tem de melhor a oferecer. A trama começa de verdade na viagem para a ilha e a partir deste momento temos um ótimo filme e com possibilidade de uma franquia realmente interessante à frente.

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Raul Martins

Autor dos livros Cabeça do Embaixador e Onde os sonhos se realizam

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