Apesar do enorme sucesso da franquia Indiana Jones, no cinema nunca tivemos uma explosão do subgênero de aventuras de exploradores como tivemos com velho oeste, super-heróis e slashers. Houve outras produções que surgiram nessa mesma linha pulp, mas nunca se aproximaram da relevância de Indiana Jones. Recentemente chega aos cinemas Cidade Perdida, um filme que se propõe a fazer uma leve paródia desse estilo, ao mesmo tempo em que mistura elementos de romance e genuína aventura.

O filme é dirigido pela dupla Aaron Nee e Adam Nee, que não possui nada de peso em seus currículos, mas estão cotados para a direção do próximo live action de Mestres do Universo. O roteiro é assinado por mais três pessoas além deles. Oren Uziel (que escreveu o recente Mortal Kombat e O Paradoxo Cloverfield), Dana Fox (que escreveu o recente Cruella) e Seth Gordon que também é um dos produtores. Apesar desse grande número de nomes envolvidos diretamente nas tomadas de decisão, o filme consegue sair coeso e competente.

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Cidade Perdida foca na ideia de colocar uma escritora de romances de aventura levemente picantes (interpretada pela Sandra Bullock) e o modelo das capas de seus livros, que é um homem bobo, porém de bom coração vivido por Channing Tatum, numa situação típica de uma aventura de exploradores de relíquias arqueológicas. Ambos os atores estão bem confortáveis em seus papeis, até por que, de certa forma, já os vimos trabalhando com personagens bem semelhantes em outros filmes. O divertido é ver Daniel Radcliffe como o vilão da trama, que se assemelha a um típico antagonista de histórias de James Bond da velha guarda.

Apesar de existir ação no filme, ele está muito mais focado em ser uma comédia com uma aventura bem leve. A trama como um todo é despretensiosa em seus acontecimentos e nos arcos vividos pelos personagens principais. Porém a produção diverte para aqueles que curtem histórias no estilo Indiana Jones e gostam de ver uma leve tiração de sarro com elas. Na verdade, o filme até poderia ter carregado mais na paródia para tirar mais proveito de situações cômicas e, por consequência, torná-lo mais marcante.

Os dois defeitos de Cidade Perdida são os efeitos especiais, principalmente o uso de tela verde que em dados momentos tira o espectador do filme completamente. O outro problema é que o roteiro, às vezes, segue a fórmula até demais, o que deixa poucas surpresas ao longo do caminho. Apesar de divertir, ele certamente não será muito marcante para a maioria.

De modo geral Cidade Perdida é um filme competente em sua proposta, por mais que fique muito padronizado em dados momentos. A comédia funciona na maior parte do tempo e a aventura prende a atenção. Uma boa pedida para quem está em busca de algo leve ou para quem quer ver uma brincadeira com as histórias pulps de aventureiros.

Cidade Perdida (2022)

7.0 Bom
  • Nota 7
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Raul Martins

Autor dos livros Cabeça do Embaixador e Onde os sonhos se realizam

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