Tijolômetro – Lux

Bom!

[SPOILERS A SEGUIR] A criatividade sempre foi um diferencial em Doctor Who e Lux não foge dessa “regra”. Com um recurso narrativo interessante e um inimigo de formato inusitado, o segundo episódio da atual temporada cativa boa parte dos fãs, apesar de um desfecho raso e clichê.

O Doutor (Ncuti Gatwa) tenta levar Belinda Chandra (Varada Sethu) de volta à Terra em 24 de maio de 2025, mas ainda não consegue. Ele utiliza um indicador de vórtice depois que a Tardis pousa em Miami, em 1952, onde os dois ficam intrigados com um cinema fechado por correntes. Curioso, ele incentiva sua nova companheira a permanecer e investigar o local ao seu lado.

Como já comentado em nosso review sobre A Revolução Robô, a dinâmica entre o Doutor e Belinda não se diferencia muito das interações vistas em outras fases da série. Felizmente, a escrita de Russel T. Davies desenvolve os personagens de maneira cativante, adicionando camadas emocionais em momentos importantes para o enredo.

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Isso se destaca principalmente quando conhecem um novo deus do Panteão: Mr. Ring-A-Ding (voz de Alan Cumming, de The Witchfinders), ou simplesmente Lux. No início do episódio, ele se apresenta como um inofensivo desenho animado ao estilo das produções dos Estúdios Fleischer — conhecidos por personagens como Betty Boop e Popeye — que literalmente sai das telas do cinema para o mundo real, sequestrando 15 pessoas após interagir com elas.

Com uma introdução que transita do cômico para o terror, Lux prende a atenção do público logo em seus primeiros minutos em tela. Porém, seu nível de ameaça não ultrapassa esse impacto inicial, diferentemente de outras divindades como Toymaker, Sutekh e Maestro. A forma como é derrotado também decepciona, ocorrendo de maneira anticlimática por meio de um pequeno incêndio no cinema. Essa solução lembra, inclusive, o conceito usado no episódio Rings of Akhaten (S7E8), quando o 11º Doutor (Matt Smith) derrota o deus parasita — mas aqui de forma menos inspirada e memorável.

Por outro lado, a ideia de transportar os protagonistas para o mundo animado é bem aproveitada. De maneira criativa, essa característica de Lux permite que eles transitem entre realidades e até mesmo quebrem novamente a quarta parede. Nesse processo, encontram fãs de Doctor Who em um momento simultaneamente cômico e emocionante. Além disso, há um aceno para a Era Moderna com a citação de Blink (S3E10), evidenciando que a própria produção da série não esquece do público — mesmo que parte dos fãs, por vezes, acredite no contrário.

Curiosamente, algo semelhante ocorreu nos materiais derivados da série. Com arte de Jimmy Broxton e roteiro de Paul Cornell, a HQ The Girl Who Loved Doctor Who apresentou uma premissa parecida, colocando inclusive a 11ª regeneração do Senhor do Tempo para conhecer o ator Matt Smith. Outro detalhe relacionado ao universo expandido está no fato de o episódio reunir animação e a queima de parte de um cinema, evocando as famosas recons — versões alternativas e editadas de episódios perdidos, que podem assumir diversos formatos, incluindo animação.

De modo geral, Lux se destaca pelo uso criativo de suas ferramentas narrativas, promovendo diferentes tipos de referências e agradando a públicos variados, especialmente aqueles fãs que apreciam esses momentos metalinguísticos. O episódio termina com a já aguardada aparição da Sra. Flood (Anita Dobson), sinalizando que seu mistério deverá ser revelado em Wish World (S2E7), penúltimo capítulo da temporada, programado para 24 de maio — data que a própria personagem faz questão de anunciar como sendo o fim de Doctor Who.

Ficha técnica:

  • Episódio: 2×2 – Doctor Who: Lux
  • Data de exibição: 18 de abril de 2025
  • Roteiro: Russell T. Davies
  • Direção: Amanda Brotchie
  • Duração: 46 min.
  • Elenco: Ncuti Gtwa (Doutor), Varada Sethu (Belinda Chandra), Alan Cumming (Lux),  Anita Dobson (Srta Flood), entre outros.

Assista ao trailer de Lux:

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