A sequência de filmes dos Transformers acabou virando símbolo do blockbuster vazio e sem significado algum. Por mais que os filmes sejam um sucesso comercial para a crítica e fãs do cinema o consideram um péssimo exemplo do que pode sair de Hollywood. Todos os últimos quatro filmes foram produzidos por Michael Bay que abraçou por completo esse estilo cheio de explosões, câmeras contra o Sol e música épica. No quinto filme da franquia temos tudo isso, mas elevado ao extremo com uma história que leva ao limite o conceito de robôs gigantes se batendo.

Cade (interpretado por Mark Wahlberg) está foragido porque ele decidiu ajudar os Transformers desde que o governo os considerou ilegais. Temos um grupo especializado em caçar os robôs para as nações do mundo enquanto Optimus está numa viagem pelo espaço em busca de seu planeta natal. Tudo começa a desandar quando Cybertron, o planeta natal dos Transformers, está se movimentando em direção da Terra com pretensões mortais.

Mark Wahlberg é uma das poucas coisas interessantes desse filme. Ele realmente encarna o herói de ação capaz de qualquer coisas. As duas atrizes que temos nesta história são Laura Haddock, que faz uma pessoa importante para a trama que envolve os Transformers, e Isabela Moner, uma adolescente órfã com incrível capacidade de consertar robôs. Ambas são artificialmente escritas para parecerem fortes ou relevantes na trama, mas o tempo todo são questionadas em relação a seus relacionamentos amorosos ou homens relacionados à sua vida, até mesmo a menina de quatorze anos. Michael Bay é capaz de sexualizar qualquer coisa que se mexa. Anthony Hopkins faz um nobre que revela vários segredos em relação à mitologia Transformes que é criada nesse filme. O ator icônico parece estar se divertindo em seu papel completamente absurdo e exagerado que protagoniza uma quantidade incrível de cenas sem sentido nenhum.

No que diz respeito ao roteiro é seguro dizer que é um dos mais absurdos que o cinema já viu para um filme desse porte. Se a direção do Michael Bay não se levasse tão a sério, talvez o absurdo desta história não ficasse tão ridículo, mas é impossível não levar a mão o rosto repleto de vergonha alheia conforme os eventos vão ocorrendo na tela. Somos levados para a Idade Média com rei Arthur, formação da Terra, Deuses Transformers e sociedades secretas numa mistura que nem se esforça para se conectar. Os personagens dizem coisas aleatórias na tela e automaticamente isso se torna verdade. O filme raramente consegue rir do seu próprio absurdo e se leva a sério até o último fio de cabelo, o que só torna as maluquices do roteiro ainda mais tristes de se ver.

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Talvez o mais sem sentido seja a relação entre os Transformers. Eles se batem a todo o momento, até mesmo os que são aliados. Em cenas que seriam de puro diálogo temos lutas entre robôs que são amigos a todo o momento. Chegamos ao nível de que um grupo de personagens está chegando para encontrar outro grupo aliado e mesmo assim os robôs trocam tiros. Outro problema grave é a repetição constante do que deve ser feito ou do que está acontecendo como se isso tornasse a trama mais coesa de alguma forma.

Talvez o mais inacreditável seja a conclusão do terceiro ato. É incrível como quase nada efetivamente é terminado e como toda a ação completamente exagerada se torna maçante fazendo um filme de duas horas e meia parecer ter três horas e meia. O roteiro é tão mal pensado que é até meio difícil entender o objetivo final dos protagonistas. A computação gráfica e todos os efeitos necessários para esse filme estão excelentes como sempre. É até triste saber que tanto talento e recursos estão sendo utilizado para uma história dessas. As lutas entre os robôs estão um pouco menos confusas e conseguimos distinguir quem está batendo em quem e como isso está se dando.

Michael Bay nunca foi talentoso em termos amplos como diretor, mas neste longa ela ainda por cima está repetitiva. Vemos os mesmos takes diversas e diversas vezes, além, das mesmas falas e das mesmas cenas de ação. Talvez a coisa mais impressionante de todas no que diz respeitou a Transformers é como eles realmente levam a sério uma história sobre robôs/veículos gigantes alienígenas e falantes. Mas o mais impressionante de tudo é como Michael Bay fez uma luta de robôs gigantes se tornarem entediante.

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Raul Martins

Autor dos livros Cabeça do Embaixador e Onde os sonhos se realizam

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