Viúva Negra nunca foi uma das personagens femininas mais relevantes na Marvel.  Mulher Invisível, Miss Marvel e até mesmo a Mulher Hulk já tiveram arcos mais relevantes do que a espiã da Shield. Na época do selo Max, a personagem teve um arco bem violento e apelativo, sexualmente falando. Honestamente não acho nada demais, mas ele pavimentou um conceito interessante: Viúva Negra seria um título para espiãs russas, da mesma forma que foi estabelecido nos últimos filmes do 007. Com a crescente participação dela nos filmes da Marvel a personagem caiu no gostou popular e foi ganhando mais atenção nos quadrinhos, tanto que ela ganhou uma nova revista mensal que foi entregue nas mãos de Mark Waid, um roteirista consagrado e que recentemente ganhou prêmios com sua passagem em Demolidor.

A edição da Panini que essa resenha se refere, compila as seis primeiras edições da mensal “Black Widow”. Nela vemos que Natasha tem informações de seu passado de espiã russa vazados e nas mãos de um misterioso vilão. Para que seus segredos não sejam revelados, ela aceita fazer alguns serviços sujos para esse tal de “Leão Choroso”. Isso faz com que ela acabe tendo que retornar a Rússia e confrontar sua infância.

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A equipe criativa do roteiro é Mark Waid e Chris Samnee sendo que Chris também é o desenhista. Essa foi a dupla premiada de Demolidor, enquanto as cores ficaram por conta de Metthew Wilson. Logo nas primeiras paginas já fica claro o porquê do nome de Chris está creditado também como roteirista, a primeira edição quase não tem falas. O desenho é quase o único responsável por contar a história. De fato é muito fácil entender o que se passa. Mesmo com poucas falas, é quase como se estivessemos em um storybord de um filme da Viúva Negra. Aliás essa é uma questão importante a ser comentada. Não é primeira vez que a Marvel faz uma HQ cinematográfica para depois usá-la como base para uma adaptação para o cinema. Talvez esse seja o plano aqui.

As edições seguintes possuem mais falas e desaceleram o nível frenético que essa HQ tem. Mas mesmo assim todas as edições possuem algumas páginas apenas com movimentação de personagem e desenhos.  Nas duas últimas edições temos um direcionamento mais claro para onde a história quer ir e uma revelação verdadeiramente interessante para quem acompanha o mínimo do universo Marvel tanto nas HQ’s quanto no cinema. Na verdade essa é uma edição perfeita para quem só curte os filmes e deseja partir para os quadrinhos.

O único outro personagem relevante do Universo Marvel que participa é o Homem de Ferro e é uma ótima participação. O clima de espionagem é muito bom e a ação lembra um filme estilo Missão Impossível e Ultimato Bourne. Voltando a comparar com os filmes da própria Marvel essa edição seria mais próxima do segundo filme do Capitão América.

Um defeito desse volume é o quão rápido é possível ler. Como a narrativa aposta muito mais na arte ilustrada, acabamos não ficando muito tempo em cada página. É possível ter uma sensação de que se viu muito pouco e que tudo foi demonstrado de forma muito corrida, o que de fato é verdade. Por outro lado é inegável dizer que a narrativa sequencial é incrível. As últimas edições apontam para um caminho muito promissor e as revelações que já temos nessa são bem incessantes, além de criar um passado interessante para a personagem. Promete ser uma fase relevante na cronologia da Viúva Negra.

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Raul Martins

Autor dos livros Cabeça do Embaixador e Onde os sonhos se realizam

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