Apesar de no momento a franquia Star Trek não estar tão em alta (mesmo com as novas versões de filmes e um novo seriado) ele continua sendo um dos universos mais significativos da cultura pop. Além de sua gigantesca influência em outras obras ele também possui um simbolismo fortíssimo para quem acompanha as aventuras espaciais da Federação. Desde sua estréia na televisão em 1966 o seriado se tornou um símbolo de como imaginar um futuro pacifico e otimista onde as grandes dificuldades da humanidade seriam superadas. Até hoje Star Trek carrega esse símbolo de igualdade e convivência pacífica e por isso continua a ser tão referenciado dentro da cultura pop.
Uma jovem menina autista é completamente fascinada por Star Trek e deseja colocar o seu roteiro para competir num concurso da Paramount onde ganharia uma boa quantia de dinheiro, além de ver sua história sendo filmada. Mas uma sequência de eventos faz com que ela precise entregar o roteiro na própria Paramount, mas para isso acabara fugindo da instituição em que vive.
Esse é um filme sobre jornada e autodescoberta, mas não é só isso. O roteiro amarra, brilhantemente, a história da protagonista junto com a da sua irmã mais velha e da psicóloga responsável por ela. Todas possuem seus arcos de desenvolvimento e tudo se move conforme Wendy decide sair nessa missão pessoal. Apesar de Star Trek ter uma importância significativa na história não é necessário ter conhecimento, ou sequer ter assistido algo da franquia, pois ele é mais um símbolo do que qualquer outra coisa. O roteiro é de Michael Golamco que entende muito bem o simbolismo de Star Trek e é altamente sensível em construir uma protagonista autista.
O filme conta com um elenco muito interessante e onde todas estão trabalhando muito bem. Nossa protagonista é vivida por Dakota Fanning, que está simplesmente sensacional em sua atuação. É visível sua preparação e detalhismo em retratar o autismo e consegue passar muitos sentimentos complexos com atuações simples e contidas. Ela faz uma dessas protagonistas que são super cativantes e é impossível não torcer por ela. Toni Collette é a psicóloga que cuida da personagem de Wendy e constrói uma profissional atenciosa, moderna e muito engajada em sua relação com os pacientes. Seu arco é muito bem conectado com a trama principal. Alice Eve, que curiosamente trabalhou em Star Trek: Além da Escuridão, é a irmã de Wandy e que de certa forma tem sua trama diretamente envolvida com a questão do roteiro e ajuda a compor o clímax da história.
O roteiro se pauta em algumas situações um tanto clichês, mas é extremamente assertivo no tom que deseja dar a história, além de ter momentos muito tocantes. Existe muito do conceito de road movie e vai fundo no coração de qualquer um que tenha o mínimo de simpatia por Star Trek ou por histórias que tratam de pessoas correndo atrás de seus sonhos. De certa forma ele provavelmente vai entrar na sua cronologia pessoal dos filmes da franquia, mesmo que não seja propriamente uma história no espaço.
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