Muitas séries de sucesso são caracterizadas por um olhar saudosista ao passado e ficam no imaginário do público, principalmente aquelas com especial atenção à infância e adolescência do seu protagonista. Esse é o caso de Young Sheldon, o spin-off de The Big Bang Theory que conquistou um grande público devido ao equilíbrio certo entre comédia e drama.

Na primeira temporada, conhecemos Sheldon Cooper (Iain Armitage) aos 9 anos, com sua mente brilhante enquanto frequenta o ensino médio no Texas, lidando com o mundo ao seu redor, ao mesmo tempo que sua família muito normal deve encontrar uma maneira de lidar com ele. No decorrer dos sete anos da série, acompanhamos suas desventuras até chegar à Caltech, universidade localizada na Califórnia, além de todas as questões envolvendo sua família.

Entre os principais acertos de Young Sheldon está o fato de respeitar o tempo de desenvolvimento do personagem-título. Não há nenhuma pressa em abordar determinados temas. A paixão pela ciência e a sua relação com certos elementos da cultura pop encontram o momento certo e, assim, entendemos o quão importante são para ele as histórias em quadrinhos dos X-Men, o programa do Professor Proton e a icônica série clássica Star Trek, apenas para citar alguns exemplos.

Além disso, é notável como o roteiro permite o protagonismo dos seus pais e irmãos. Chega a ser um desafio comentar apenas sobre um deles nesse elenco tão carismático, como, por exemplo, os irmãos Missy (Raegan Revord) e George Jr. (Montana Jordan), que sempre brincam sobre o cotidiano estudantil, além de tirar sarro sobre tudo e todos ao seu redor.

O mesmo tipo de elogio vale para os mais velhos. As cenas mais engraçadas com os pais dele funcionam em vários momentos, independente do tema em que são inseridas. Mary (Zoe Perry) dá vida a uma mãe sempre preocupada com a criação dos seus filhos, principalmente Sheldon, ao qual dedica uma atenção quase que excessiva. Em alguns momentos, o roteiro a utiliza como “escada”, termo na comédia que serve como um personagem que completa a piada de outro e que também pode fazer um contraponto sendo uma figura mais séria. Já George (Lance Barber) facilmente protagoniza cenas capazes de arrancar gargalhadas, sendo alvo de comentários irônicos sobre seu peso e tirando sua sogra do sério em todas as oportunidades.

Falando nela, é imprescindível dizer como brilha em todas as fases de Young Sheldon. Constance Tucker é interpretada por Annie Potts, conhecida por grande parte do público pela participação nos primeiros filmes de Os Caça-Fantasmas (1984-89) e, por isso, não é surpresa ver o talento da atriz veterana que entrega com extrema facilidade a interpretação de uma avó totalmente diferente do que se espera e que nunca passa desapercebida em nenhum momento.

Por último, há um detalhe que faz com que a série envolva ainda mais seu público, que é a ausência da comédia com “claque”, marcada por ser gravada com plateia e risadas de fundo, assim como a própria The Big Bang Theory. No entanto, isso voltará a fazer parte desse universo em breve, já que foi oficialmente confirmada uma série derivada focada no irmão mais velho de Sheldon e sua esposa Mandy (Emily Osment), enquanto criam sua família no Texas.

Apostando no personagem mais icônico de uma sitcom famosa, o derivado Young Sheldon encerrou sua jornada na tv com uma audiência que riu e se emocionou durante sete anos com uma produção saudosista e que dificilmente cairá no esquecimento, tendo como principal e único erro o fato de ter se despedido tão cedo.

Assista ao trailer:

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Young Sheldon

10.0 Excelente!
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Marcus Alencar

"Palavras importam! Uma morte, uma ondulação e a história mudará em um piscar de olhos"

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