Se você não conhece o maior detetive do mundo então você certamente deve ser um alienígena ou você nasceu hoje. Todo mundo em algum momento da vida já esbarrou com a dupla Holmes e Watson em alguma versão de alguma mídia. Pode ser nos diversos filmes ou séries que ele já protagonizou, como o recém sucesso da BBC que trouxe as histórias de mistério para o mundo contemporâneo. Na verdade Sherlock é o personagem mais adaptado para o áudio-visual, possuindo mais filmes que Jesus, Drácula e Batman. Em 1887 era publicado a primeira aparição do personagem que foi criado por Conan Doyle que o criou em um momento de tédio profundo em seu consultório de oftalmologia na Inglaterra.

Conan Doyle já havia escrito algumas histórias policiais, mas a criação de Holmes foi algo sem precedentes. Sherlock é um desses personagens que ficou maior que seu criador e o engoliu por completo. Hoje a imagem mais clássica que temos do detetive foi formulada por outros artistas e a frase icônica “Elementar meu caro Watson” foi criada no teatro e nunca foi escrita nos contos originais. Diversos leitores do final do século XIX acreditaram de fato que a dupla existia e resolvia casos na vida real, pois o personagem Watson assina as histórias e diversas vezes citava a revista Strand Magazine, onde as aventuras de mistério eram publicadas. Foi criado o ambiente perfeito para fazer as pessoas acreditarem que existia um detetive como  aquele em Londres. Até endereço ele possuía!

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Doyle por diversas vezes tentou parar com sua carreira de escritor e se tornou completamente farto do personagem. Não é a toa que o matou em uma de suas aventuras, mas o clamor dos fãs foi tanto que ele o ressuscitou de maneira altamente criativa. No fim de sua vida o escritor tentou partir para outros temas como o espiritismo, pois ele se tornou completamente fascinado por entrar em contato com o além devido à morte de sua esposa. Ele até mesmo tentou desenvolver um rádio que se conectaria com a frequência das almas que poderiam estar na terra. Até histórias de dinossauros na America do Sul ele escreveu.

Nesta lista eu tentei escolher um padrão. Histórias curtas e que tramitam todo o conceito das investigações de Sherlock Holmes. Muitas das aventuras famosas, como o Cão de Baskerville, podem ser um tanto broxantes para quem está esperando ver o detetive em ação, assim como sua primeira aventura “O Estudo em Vermelho”. Aqui você encontra títulos que te mostram tudo das histórias do personagem que mudou o mundo têm a oferecer. A ideia foi focar em histórias mais curtas, onde Sherlock realmente é ativo e protagoniza as investigações e a narrativa.  A ideia é que você os leia na ordem, mas não é uma obrigação. Eu fiz a lista com uma construção para ir adentro no estilo de narrativa, mas se sinta livre para começar pela que mais te empolgou. Não se preocupe com a cronologia, pois, apesar dela existir, não é nem um pouco fundamental para entender qualquer trama. Nem mesmo a morte do Sherlock necessita de cronologia para ser entendida.

O Carbúnculo Azul (1892)

Um ganso com uma joia roubada em seu papo se transforma num mistério pós-Natal para a dupla Holmes e Watson. Uma história divertida, rápida e leve que mostra toda a capacidade de dedução pelo qual o personagem ficou famoso e que redefiniram o gênero de histórias de detetive. Apesar de não ter sido apresentado nesse conto, aqui você vai entender o conceito “Observação e Dedução”. De informações absurdamente escassas o detetive conclui um caso bastante estranho. É um ótimo começo para entender o estilo que ficou famoso no mundo todo, além de mostrar a capacidade criativa de Doyle.

A Faixa Malhada (1892)

Uma moça completamente apavorada pede a ajuda de Holmes, pois sua irmã morreu em condições misteriosas há dois anos e acredita que está fadada ao mesmo destino. Ela vive com o padrasto, um homem violento que parece estar gradativamente enlouquecendo. Entretanto, a irmã morreu num quarto trancado. Uma ótima história que desafia a criatividade de criar planos maléficos e casos intrincadamente complexos em sua execução. Também é curto, mas altamente eficiente em mostrar como os casos do personagem podem parecer insolúveis até lermos o final da trama.

O Signo dos Quatro (1890)

Uma história icônica e que começa a compor a mitologia que o autor criou neste universo de crimes e investigações. Uma jovem pede ajuda pois há dez anos, misteriosamente, ela recebe uma pérola de inestimável valor todo dia de seu aniversario. Ela pede ajuda ao detetive para descobrir de onde vêm as preciosidades e se elas estariam relacionadas ao seu pai desaparecido. Mas o que torna essa história icônica? Pois é nela que surge a personagem que viria a ser a esposa de Watson. Esse é um ótimo conto para conhecer mais da figura do doutor, que por vezes é colocado como apenas um secundário, mas também tem seus momentos de protagonista.

O Escândalo Na Boêmia (1891)

Talvez o conto que você deva deixar para o final, pois nele temos a única vez que o detetive falhou em missão. Nada menos do que o rei da Boemia vem pedir ajuda do detetive mais famoso do mundo para que ele ajude a recuperar evidências fotográficas dele com sua amante. As fotos poderiam causar um escândalo sem precedentes e até arruinar a vida política do homem. Holmes e Watson partem para a busca dessa tal amante e das tais fotos.  O conto é um dos maiores clássicos do personagem e foi brilhantemente transposto pela série da BBC, que colocou o mesmo conceito no mundo atual. A história até hoje gera inúmeras teorias sobre os aspectos mais pessoais e humanos de Holmes. Seria o personagem gay? Seria ele uma mulher disfarçada? O conto faz os fãs debaterem teorias malucas até hoje e é um dos poucos exemplos de histórias de caráter mais pessoal deste personagem que, na maior parte do tempo, é um tanto robótico e excessivamente perfeito.


Caso essa lista tenha te deixado sedento por mais Sherlock Holmes eu fiz um texto sobre as versões mais curiosas do personagem. Também temos um texto de uma adaptação cinematográfica que explora a sexualidade de Sherlock (que você pode ler aqui). E neste link uma dica de filme que explora como seria a velhice do Holmes. Temos mais dicas literárias de contos fantásticos e Edgar Alan Poe (que iniciou essa ideia de detetives espetaculares). Deixe nos comentários quais são suas histórias, filmes e versões favoritas do maior detetive de todos os tempos.

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Raul Martins

Autor dos livros Cabeça do Embaixador e Onde os sonhos se realizam

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