A figura mitológica do dragão é presente em todos os continentes do mundo. Ser bíblico; representante do diabo nas montanhas europeias; cobra alada maia; ser de grande sabedoria na China; criatura rastejante nas savanas africanas e monstro que escala arvores na Oceania. Em cada cultura humana ele se apresenta com significados totalmente distintos. A explicação para tal fato seria a “consciência coletiva”. A mente humana é igual em todos os locais do mundo, por mais que cultura ou etnias mudem. A forma como nosso cérebro processa informações e lida com sua realidade é a mesma. Cada povo cria sua religião, seus mitos, histórias e músicas. O que muda é o formato e os conceitos dentro de cada agrupamento humano.  Obviamente que a cultura nerd é recheada desses seres e vamos a alguns deles.

Smaug (Livro e Filme O Hobbit)

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Um dos livros que fundamentou a cultura e clichês do mundo do RPG medieval fantástico. Ele representa o grande desafio que como recompensa guarda um grande tesouro. Representa a avareza, aquele que tem tudo, mas não precisa de nada. Muito próximo da cultura medieval europeia, onde o Dragão é uma das facetas do diabo e representa o pior dos seres humanos. Sua pele é recoberta de pedras preciosas, que lhe protegem de feridas em sua barriga frágil, além de voar e soltar fogo (o clássico do clássico). No cinema sua voz veio do ator Benedict Cumberbatch. Nos livros ele é dotado de inteligência e maldade pura. Bilbo nos ensina, algo que ele aprendeu com o pai, “nunca ria de um Dragão vivo”.

Shenlong (Série Dragon Ball)

Originário do mito chinês. Um ser que controla a chuva, raios e ventos. Seria um ser gigantesco, mas devido às suas escamas azuis ele ficaria camuflado e impossível de ser visto ao olhar para cima. Suas movimentações geravam correntes de ar, furacões e toda sorte de intemperes do tempo. Nos mangás ele é um deus que detém poderes sem limites. Vive no centro da terra quando não é invocado pelas Esferas do Dragão. Assim como a figura do gênio da lâmpada, existe uma série de regras sobre reviver pessoas e tudo mais, como não poder reviver pessoas que morreram de velhice ou aqueles que morreram a menos de um ano. Diferente da maioria dos Dragões ele não é uma figura a ser enfrentada e sim uma ser muito maior, uma divindade, que é solicitada.

Malévola (Bela Adormecida) 

Uma bruxa que beira a um demônio encarnado. Na Idade Média a figura da bruxa era da mulher que se associava ao Diabo, em algum nível, e devido a isso ganha poderes sobrenaturais. Tudo isso dentro da visão cristã da época obviamente. No conto clássico da Bela Adormecida ela é uma bruxa de primeira linha devido ao seu nível de poder. Quando a Disney adaptou essa história para animação, em 1959, a bruxa Malévola se transforma num dragão negro que solta fogo verde. Um dos dragões mais significativos quando se trata da representação do mal puro. Sua presença evoca tempestades e altera, até mesmo, a vegetação criando espinhos e urtigas. Na versão live-action a percepção foi alterada e o dragão que Malévola se transforma é uma força da natureza a ser contida pelo homem.

 Charizard e Dragonite (Pokémon)

“Ai Raul, mas eles não são dragões. São Pokémons e tecnicamente não entram nessa classificação e….”. Tá entendi, mas não interessa. Claramente eles evocam a figura do dragão, tanto que nos episódios onde Dragonite é apresentado ele é um mistério na cidade, uma verdadeira figura mitológica que assombra um povo. Charizard representa a faceta impulsiva que não pode ser controlado, além do fogo. Aliás muito da irritação do dragão é associado ao fogo, por que, ambos são difíceis de controlar, destrutivos e poderosos (ui!).  

Banguela (Como treinar seu Dragão 1 e 2)

Um filme que aborda uma série de espécies de dragões e brinca com todas as possibilidades dessa fauna fictícia. Alguns soltam veneno, gelo, gás e tudo que pode passar pela imaginação de uma criança. Banguela tem um visual marcante, além de soltar uma rajada de energia. O filme tem cenas de voo incríveis e apresenta esta criatura de um jeito mais ágil. Além de tudo isso, temos dragões milenares e gigantesco, que gera cenas de ações incríveis. Dois filmes infantis que são ótimos e levam a aventura até o limite, além da carga emocional que faz as lágrimas escorrerem de ladinho.  

Os Dragões de Game of Thrones

Existem alguns que aparecem mais regularmente na série, e livros, que acompanham a personagem Daenerys. George Martin criou toda uma mitologia para esses seres, como para tudo em seus livros. No mundo de Game of Thrones existiu uma grande era de magia, que foi gradativamente sumindo e junto com isso os dragões. Ao longo da narrativa muito da biologia dos dragões é explicada, como a temperatura do seu corpo é regulada e como seus ossos são utilizados pelos humanos. Além disso podem ser treinados, assim como um cavalo, cachorro ou lobo. Não possuem diferenciação de gênero, mas todos colocam ovos.

Tiamat (Dungeons & Dragons)

Um dos dragões mais poderosos do mundo do RPG. Composta por cinco cabeças e cada uma solta uma rajada diferente. A branca lança raios congelantes, a verde um gás venenoso, a vermelha (a única capaz de falar) dispara fogo, a azul lança eletricidade e finalmente a preta que lança ácido. Se já não bastasse tudo isso ela ainda pode teletransportar a si mesmo como também outras pessoas.  Um ser baseado na mitologia babilônica que durante muito tempo rolou o boato de que ela/ele seria um anjo que tentava avisar as crianças sobre sua condição de estar presos no inferno. Tiamat constantemente lutava contra o vilão Vingador. Seu habitat natural é o cemitério dos dragões e devido a isso muito se especula se não teria sido o Vingador que matou todos os dragões milenares e ele/ela seria o último de sua espécie e guarda o cemitério dos dragões onde seus entes queridos estão enterrados.


Obviamente que não conseguirei abordar todos os principais dragões da cultura nerd, principalmente por que muitos deles são coadjuvantes das tramas. Principalmente em vídeo games onde alguns são somente desafios a serem enfrentados. Mas como utilizo esse último parágrafo para fazer menções honrosas vamos a alguma delas: Skyrim e Dragon Age no mundo dos vídeo games. Na literatura temos dois grandes exemplos de sagas que abordam essa temática. Eragon, que sofreu de uma adaptação terrível para o cinema e é composta de quatro livros. No Brasil temos o autor Raphael Dracon com seus livros da mitologia Dragões de Éter.

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Raul Martins

Autor dos livros Cabeça do Embaixador e Onde os sonhos se realizam

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