Sempre que vou falar de ícones que figuram no Panteão do multiverso Nerd fico com a sensação de que está faltando alguma coisa, e não haveria de ser diferente quando o ícone em questão é ninguém menos que Isaac Asimov… Dono de uma obra vastíssima, repleta de reflexões sobre a condição humana, Asimov ajudou a consolidar aquilo que hoje se chama Ficção Científica. Atribui-se a ele a alcunha do termo robótica, enquanto que a do termo robô é atribuída ao escritor tcheco Karel Capek, com sua peça R.U.R. Asimov faleceu em 06 de abril de 1992, em Nova Iorque, e acho que uma boa maneira de lhe prestar tributo nesses 25 anos é recordando algumas de suas histórias.

Meus primeiros contatos imediatos de terceiro grau com a literatura asimoviana não foram por meio de histórias longas, como Fundação ou a Trilogia dos Robôs (Cavernas de Aço, O Sol Desvelado e Robôs da Alvorada), que só fui ler depois. Os primeiros textos de Asimov que li foram historietas, textos curtos, contos, em sua maioria, histórias estas que me impressionaram de sobremaneira pela narrativa envolvente e pelo efeito atordoante que o desfecho de cada uma delas provocava. Algumas destas histórias seguem na lista abaixo. A maioria delas se encontra nos 3 volumes da coletânea Histórias de Robôs, organizada por Isaac Asimov e republicada em terras tupiniquins pela L&PM Pocket, com histórias não só do prórpio Asimov como também de outros autores célebres no gênero, dentre eles Lester Del Rey, Arthur Charles Clarke, Phillip K. Dick e Vernor Vinge.

Robbie

Foi a primeira história de robôs escrita por Isaac Asimov, quando ele tinha apenas 19 anos (nosso amigo Raul Martins tá no caminho certo! eheheh!). Nesta história Asimov planta a semente das 3 Leis da Robótica, e nela acompanhamos a história de Gloria, uma menina que tem um robô por babá. Publicada nos anos 40, é impressionante a atualidade das questões envolvidas nesse conto, cuja principal é esta: pode a tecnologia suprimir o elemento humano?

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Prova

Durante as eleições, um homem se encontra com o Dr. Alfred Lanning, proprietário da U.S. Robots, e a Dra. Susan Clavin, psicóloga de robôs, para tratar da seguinte questão: é possível um robô assumir um cargo público? Esse, a meu ver, é um dos contos que problematiza as 3 Leis da Robótica de forma mais profunda, cujo desfecho te deixa com aquela cara igual a do Deadpool surpreso…

O Cair da Noite

Uma história um bocado mais extensa que as anteriores, publicada pela Editora Arte & Letra. Um planeta é iluminado constantemente, em cada faceta e em cada ângulo, por seus 6 sóis, até que, 2049 anos depois, seus habitantes testemunham o cair da primeira noite, um evento nunca antes visto e que pode causar o colapso de sua própria civilização. O que impressiona nesse conto é a capacidade de Asimov pegar algo totalmente cotidiano, como a alternância do dia e da noite, e criar uma trama surpreendente como esta pra nos falar sobre o instintivo medo que os seres humanos têm pelo desconhecido.

A Última Pergunta

Dois companheiros de trabalho são responsáveis pela vigilância da máquina Multivac, um super computador que lembra um bocado as chamadas Máquinas de Turing. Como resultado de uma aposta, um dos vigias pergunta a Multivac se a entropia total do universo pode ser revertida, evento este que é a morte de todos os corpos celestes, incluindo a do nosso sol e de todos os outros possíveis sóis. A pergunta perdura por eras, e a solução apresentada pra ela é simplesmente… divina!

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