No quarto longa-metragem da nova série de filmes do agente secreto 007, a organização Spectre enfim surge para amarrar todos os acontecimentos da “Era Craigiana” de James Bond. Com o excelente Christopher Waltz no elenco e após o terceiro longa de grande sucesso Skyfall, a expectativa criada em torno de 007 Contra Spectre foi grande porém não correspondida.

A cena de abertura em plano sequência na cidade do México foi realmente empolgante, assim como a Bond Girl da vez, Léa Seydoux. A paleta de cores vivas no filme acompanha bem as mudanças de ares nas cenas e a participação da equipe de apoio também ficou interessante servindo de alívios cômicos honestos em alguns momentos. Porém takes extravagantes como a perseguição de avião, e a frustrante tortura com agulhas faz com que qualquer expectador não muito fã do galã submerja desta aventura que pode ser a última de Daniel Craig como James Bond.

Apesar das críticas, Daniel Craig é um bom James Bond ao seu estilo: “Porradeiro”. A clássica elegância de Bond foi substituída pelo robusto modo “Bourne Brucutu” que ainda me agrada em filmes de ação. Foi assim nos excelentes Cassino Royale e Operação Skyfall e também no não tão aclamado Quantum, porém não é só disso que uma franquia sobrevive há 53 anos.

Alguns elementos que sempre foram tocados com esmero na franquia são relevantes para essas mais de 5 décadas de sucesso: Mistérios, vilões extrapolados, sedução, ação e, lógico, a construção da história. E sentimos falta de um cuidado maior desses aspectos em 007 Contra Spectre. Onde vemos os três filmes anteriores sendo forçadamente amarrados numa grande conspiração de dominação mundial, um vilão com o passado linkado com Bond e sua busca óbvia de vingança contra o agente britânico.

Oberhauser ou Blofeld, o homem por trás da Spectre interpretado por Christopher Waltz – em quem apostava minhas fichas – não passa de um inimigo comum no meio de tantas tentativas de plot twist do filme… Todas fracassadas, assim como no link entre os vilões dos filmes anteriores com o atual, como se fosse tudo uma única história. 007 Contra Spectre desconstroi a imagem proposta no início do filme de um inimigo astuto, estratégico e inteligente com manobras e canetadas de roteiro para arredondar a complicada trama ao longo da película 

007 Contra Spectre não só fracassa nestas tentativas, como também nas resoluções fáceis a tais problemas da trama. Onde Bond, com apenas um tiro acaba com seus problemas. Mesmo que o alvo seja em um helicóptero ou uma base megalomaníaca no meio do deserto. Facilidade esta não encontrada para derrotar apenas um capanga brutamontes de Blofeld interpretado por Dave Bautista. Deixando um gosto insípido depois de uma boa trilogia da franquia.


 

007 Contra Spectre se coloca como um filme mediano nesta série do 007, com furos resolvidos à canetadas e personagens aquém do esperado. Daniel Craig também demonstra um certo cansaço para fazer esse filme, principalmente nas cenas de fundo verde. Vamos aguardar por ventos melhores na terra da Rainha.

 

Publicidade
Share.
Daniel Gustavo

O destino é inexorável.

Exit mobile version