Este é um livro do escritor americano Rick Yancey, capaz de entreter e nos relembrar das aventuras que assistíamos quando éramos mais novos: dos cavaleiros com seus juramentos de honra e de grandes jornadas de um herói contra um terrível vilão.

Mas Alfred Kropp é o típico herói improvável: aquele garoto desajeitado, sem nenhum talento, mas que acaba surpreendendo pelos gestos de coragem e, também, de ingenuidade. Sem conhecer o próprio pai e depois de ficar órfão de mãe, ele acaba indo morar com seu tio, Farell, cuja ambição pelo dinheiro acaba colocando os dois em perigo.

Após receber uma oferta irrecusável de um homem misterioso, o tio de Alfred convence o sobrinho a participar de um roubo. Porém, o objeto que eles roubam é a lendária Excalibur, a espada que pertenceu ao grande Rei Arthur. Depois de entregarem a espada, o homem que os contratou a usa para matar o tio Farrell e foge, deixando Alfred com um terrível sentimento de culpa. Agora, para se redimir, o garoto precisa recuperar a espada e devolvê-la para a ordem de cavaleiros que a protegia.

Apesar de não ser uma história nova e não possuir um diferencial significativo, esse é um livro bom para ler porque sua leitura é ágil e simples. As cenas de ação misturam cavaleiros com costumes antigos, carros importados e armas de última geração. O humor fica garantido com os diálogos inteligentes de Alfred com Bennacio, o Último Cavaleiro da Ordem, protetor da espada e o mais próximo de um pai que o menino já teve.

Por trás do rapaz atrapalhado, se esconde todo um drama pessoal de alguém que está sozinho no mundo e carrega uma responsabilidade maior do que pode suportar. Esses fatos contribuem para o desenvolvimento do personagem, que vai evoluindo ao longo da trama. Por outro lado, é impossível escapar dos clichês de sempre, o que tornou algumas coisas muito previsíveis e óbvias. Sem contar algumas pontas soltas que ficaram sem explicação ao final do livro e outras um tanto quanto improváveis.

Desse modo, As Aventuras de Alfred Kropp é uma obra que tem suas imperfeições, mas que pode ser apreciada ao ser lida descompromissadamente, sem um senso crítico muito rigoroso. Ler simplesmente pela diversão e sentimento nostálgico dos filmes da Sessão da Tarde.

Adicione este livro à sua estante!

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Mozer Dias

Engenheiro por formação, mas apaixonado pelo mundo da literatura e do cinema. Se eu demorar a responder, provavelmente estou ocupado lendo ou assistindo a um filme.

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