Contando com o saudosismo dos fãs, Soul of Gold tenta resgatar o espírito de Cavaleiros do Zodíaco perdido em suas últimas produções como Hades Inferno e Elísios – e Ômega. O anime conta com 13 episódios e consegue, de uma forma honesta, desempenhar o papel de colocar mais conteúdo dos famosos cavaleiros de Athena em voga. Porém cai muitas vezes em clichês habituais da franquia: Roteiro falho, maioria dos personagens subaproveitados enquanto somente um brilha – Aioria é o Seiya da vez, aquele que tem a força de vontade, tenacidade e também muito tempo de tela.

O spin-off de Cavaleiros do Zodíaco, Soul of Gold conta uma nova saga que traz exclusivamente os tão amados Cavaleiros de Ouro. Os 12 mais fortes guerreiros de Athena despertam em Asgard pouco depois de sacrificarem suas vidas para destruir o Muro das Lamentações no Inferno, durante a saga de Hades. Inicialmente seguimos Aioria (Cavaleiro de Ouro de Leão), o protagonista da trama, que logo no primeiro episódio, após seu despertar, conhece Lyfia, uma ex-seguidora de Hilda, que agora não é mais a representante de Odin – em função de uma doença. Percebemos que Lyfia é ferrenha opositora do sucessor da nobre líder asgardiana: Andreas Lise.

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 Andreas como novo representate de Odin convence toda a população de Asgard a seguir sua liderança ao fazer o rigoroso clima da região ficar mais ameno, inclusive dando a oportunidade aos cidadãos de Asgard do plantio de seu próprio alimento – que antes era impensável – graças a mítica árvore Yggdrasil que Andreas tanto cultua. Porém – e como o esperado – nem tudo são rosas e um plano maior se mostra por trás da enorme caridade do novo líder.

Tendo apoio não só da população como também dos Guerreiros Deuses, o novo sucessor do Deus Nórdico é praticamente intocável dentro de seu palácio. Então Lyfia pede ajuda a Aioria – “e os outros”. E por acreditar estar diante de uma situação de grande injustiça atende ao chamado e percebe que seu retorno do mundo dos mortos está ligado a Asgard

O traço de Soul of Gold, apesar de não ser o mesmo do anime clássico, é de boa qualidade. Remete ao original possuindo uma personalidade própria. O problema está na sua inconstância, pois em alguns episódios vemos detalhes nos rostos, armaduras, etc. e em outros parece que são apenas rascunhos.

Entretanto, ressaltemos que as novas e atualizadas armaduras de ouro são lindas apesar de pouco ergonômicas – eu queria um cloth myth desse

O excesso de tempo gasto em Aioria são minutos perdido para trabalhar outros Cavaleiros Dourados que também despertam  o interesse dos fãs: Shaka, Aioros, Dohko, Aldebaran, etc. ficam desaparecidos durante boa parte da trama que se apega muito ao Cavaleiro de Leão. A pouca quantidade de episódios e um roteiro bastante simples para tal, faz com que muitas situações fiquem sem grandes desenvolvimentos com subtramas tendo desfechos extremamente apressados. Inclusive temos até Guerreiros Deuses com camadas interessantes de personagem, porém acabam tendo suas histórias pouco exploradas. O mesmo acontece para maioria das sequências de lutas, muitas vezes resumidas a apenas 2 ou 3 golpes.

Outro ponto que também é interessante, mas também sofre do apressado ritmo da série, é a própria relação entre alguns Cavaleiros: Aioria e Shura, Saga e Aioros, e Camus e Miro. Pela primeira vez podemos ver como os acontecimentos do passado se refletem no relacionamento destes companheiros de batalha, afinal na outra vez que estiveram juntos – Muro das Lamentações – foi por um breve momento. Porém tudo isso acontece no final da série, que durante seu desenrolar, recorre à manobras de roteiro para desinchar o número de personagens da trama: vemos Cavaleiros de Ouro “morrendo” pelo esgotamento do cosmo ou pelo simples cansaço para o anime se concentrar em apenas alguns.

Por fim, apesar de agradar os fãs antigos do anime sendo mais um conteúdo original do CDZ, Soul of Gold empolga somente nos derradeiros episódios finais, mostrando rapidamente a ação e a interação tão desejada entre os Cavaleiros de Ouro. Porém com um olhar mais frio perante o anime, a pressa em contar a história, o desleixo com alguns Cavaleiros de Ouro – o Dohko está irreconhecível – e a obviedade do vilão dão o tom maior na série, que fica parecendo apenas mais um upgrade nas armaduras para vender Cloth Myth.

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Daniel Gustavo

O destino é inexorável.

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