Extinção (2018)│Crítica

Invasões alienígenas é um conceito muito comum na cultura pop. Nos cinemas já tivemos diversos filmes memoráveis e outros nem tanto. Porém o espírito que estes filmes passam é quase sempre o mesmo: a união dos humanos em prol de uma causa maior, a sobrevivência. E com isso nos colocamos nas peles dos protagonistas que se viram nos 30 para sobreviverem, salvarem seus entes queridos e até derrotarem os malditos aliens. Extinção é um filme sobre invasão alienígena, porém contorce esse conceito ao extremo ao trazer um plot twist de arrasar quarteirão.

A história se passa num futuro não tão distante, mas com diferenças à nossa atual sociedade. Percebemos logo no início que aquela vida cotidiana não é tão normal, não só por toda calmaria e vida perfeita que os indivíduos parecem levar, mas principalmente pela inquietude de Peter (Michael Peña) que recentemente está sendo atormentado por vários pesadelos; em certos momentos levando-p até perder a consciência no trabalho. Peter tem uma vida aparentemente perfeita, esposa, duas lindas filhas, um trabalho digno. Porém sua consciência o alerta que algo não está tão perfeito assim. Eis que uma invasão alienígena ocorre, confirmando suas suspeitas. Peter, sua família e amigos tentam sobreviver a uma incrível chacina praticada pelos invasores. Mas uma dúvida aumenta em Peter e no espectador: os pesadelos eram o vislumbre do futuro ou uma lembrança do passado? 

Com o plot twist dado (não darei spoilers), muitas das nossas dúvidas são respondidas, e outras surgem. Mas o interessante de Extinção é justamente essa brincadeira de provocar no espectador uma empatia com o lado que geralmente é inimigo na história, e percebermos que há diversos pontos de vista diferentes em uma história. O maniqueísmo é algo injusto e devastador quando é colocado entre grupos sociais, nações ou espécies. Pensamos em quantas guerras que se foi dado um lado como vilão e outro como mocinho. Quantos muçulmanos são dados como terroristas, e como muitos inocentes sofrem por ganância, violência, revanchismo ou pura vingança. Extinção é um filme que te faz refletir nessas questões, e em como a História é escrita pelo lado vencedor, ou, neste caso, por quem tem a chance de contar a História. O filme também aborda a ética humana. Até aonde podemos ir para obtermos o nosso conforto. Automação? Robotização? A ganância, a soberba e a comodidade, qual é o limite da moralidade ou merecemos ser punidos por ela.  

Michael Peña está bem na pele de Peter, mostrando que é um ator com bastante versatilidade. Ele que é muito conhecido pelas comédias, mandou bem no estilo dramático que o filme exigiu. O resto do elenco conta com o Michael Colter, Lizzy Caplan, entre outros, todos trabalhando dentro da normalidade para fazer o filme funcionar. O que posso trazer como pontos negativos são alguns efeitos especiais bem fracos, um mundo que se limita a apenas uma cidade e como funciona a lógica robótica neste filme, sendo quase sempre mais humana que os humanos. Porém são pontos que não estragam de nenhuma forma o filme.

Enfim, Extinção é uma boa pedida para você que gosta de um bom filme de invasão alienígena, porém sua experiência será ainda melhor se entrar de cabeça nas reflexões que as tramas secundárias traz ao espectador. Entretenimento garantido!

https://youtu.be/RfPQlXspCFc

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Daniel Gustavo

O destino é inexorável.

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