Tijolômetro – Failure Frame: 

Regular

A primeira temporada de Failure Frame: I Became the Strongest and Annihilated Everything with Low-Level Spells, disponível na Crunchyroll, gerou uma recepção dividida entre os fãs de animes isekai. O anime atraiu uma audiência considerável logo em sua estreia, acumulando boas visualizações na plataforma, mas não atingiu o nível de popularidade dos grandes sucessos do gênero. Como um fã inveterado do gênero (um dos meus guilty pleasures) tive que assistir para formar a minha própria opinião sobre o anime que tomou conta da plataforma em alguns momentos durante sua exibição. Failure Frame conta a história de Touka, um estudante que não se destaca na escola. Quando é invocado para outro mundo com seus colegas de classe, eles adquirem novas habilidades. Umas melhores que outras, porém as que o Touka adquiriu são consideradas inúteis. Dado como um fracassado, ele é enviado para as ruínas antigas pela deusa Vicius. No entanto, suas habilidades de baixo nível podem não ser tão inúteis quanto parecem. Touka busca vingança contra a deusa e sua verdadeira natureza é revelada

A história de Failure Frame é baseada na light novel homônima, escrita por Kaoru Shinozaki, que começou sua publicação em 2017. O material original já conta com mais de 8 volumes, com vendas superando a marca de 500 mil cópias mundialmente. O mangá adaptado estreou em 2018 e ajudou a fortalecer a presença da obra no mercado. Já o anime, adaptado pelo estúdio Seven Arcs, conhecido por outras adaptações modestas, foi lançado em 2024 com uma temporada de 12 episódios. Apesar de não ser um estúdio de grande renome, sua adaptação conseguiu capturar a essência do mangá, embora com algumas ressalvas técnicas.

No mundo de Failure Frame, temos um sistema clássico de RPG onde os personagens possuem habilidades especiais, níveis e atributos. O protagonista, Touka Mimori, foi inicialmente subestimado e relegado à classe mais fraca, mas rapidamente descobre que suas habilidades, embora consideradas inúteis, têm um potencial devastador, tornando-o incrivelmente poderoso. Bem isso já era de se esperar de um clássico isekai, porém Touka ao longo de sua jornada de sobrevivência e auto-conhecimento, percebe sua verdadeira essência como um Vingador, insinuando fatos terríveis sofridos em sua infância (que ainda não sabemos ao certo). Porém, como isekai é deveras explorado de diversas formas, essa premissa do protagonista ser um anti-herói ou até um vilão também é algo comum no gênero, onde temos Tsukimichi levando essa ideia de forma ainda mais marcante.

A animação que ficou por conta da Seven Arcs é prejudicada por um uso excessivo de CGI em momentos cruciais. O CGI de qualidade comparável a um jogo de PS4 se destaca negativamente, principalmente em cenas de combate, quebrando a imersão e a fluidez visual que o anime tenta manter. Outro ponto negativo da obra é a construção da problemática grandiosa, porém com uma resolução simplória. Até pelos poderes de Touka não serem de grande destaque físico esperava-se mais jogadas inteligentes de como ele poderia utilizar seus poderes e lidar com seus inimigos, porém o anime entrega táticas simples e um tanto besta para resolver algumas situações, como no caso do enfrentamento contra o grupo chamado de 5 dragões. A adição de companheiras femininas fortes, leais e apaixonadas ao grupo do protagonista também não traz novidades pro gênero, e os encontros de Touka com suas aliadas seguem a fórmula clássica que o público já conhece. A questão é: essa repetição é suficiente para manter o interesse até do otaku de isekais?

A trama de vingança de Touka contra aqueles que o traíram e subestimaram é o núcleo de Failure Frame, mas essa premissa não inova. O público que consome isekais está habituado a esse tipo de narrativa, e isso torna o anime menos atraente para quem busca algo novo. O anime só consegue manter alguma relevância pela força da legião de fãs que, mesmo cientes da repetitividade, gostam de acompanhar esses arcos familiares. Portanto, o que vemos em Failure Frame pode ser encontrado em vários outros títulos isekai, o que levanta a questão de quanto tempo essa fórmula pode continuar cativando o público.

O último episódio da primeira temporada deixa no ar um cliffhanger que sugere grandes acontecimentos por vir. Contudo, qualquer fã de isekai já pode prever os desdobramentos futuros, tornando o gancho menos impactante. Ao fim, a temporada se mantém apenas regular, mesmo ao tentar exagerar em alguns clichês para ganhar relevância. O protagonista, Touka Mimori, carece de carisma e profundidade, e o excesso de elementos previsíveis impede que o anime se destaque de seus concorrentes. Até o momento, ainda não há confirmação oficial sobre uma segunda temporada, mas considerando a legião de fãs do gênero, é possível que o anime continue. Atualmente, o anime mantém uma pontuação de 6.2/10 na Crunchyroll, o que indica um interesse modesto do público. No entanto, sua base fiel de seguidores de isekai garantiu uma audiência constante ao longo desta temporada.

Confira o trailer da primeira temporada abaixo:

Conteúdo relacionado:

Quer continuar por dentro das novidades? Então siga o canal do Quarta Parede no WhatsApp e não perca nada!

Veja Também!

Publicidade
Share.
Daniel Gustavo

O destino é inexorável.

Exit mobile version