Coincidência ou não, concluí o projeto de leitura da saga O Mochileiro das Galáxias em maio, justamente no mês em que é comemorado o Dia da Toalha em homenagem à obra e a seu criador, Douglas Adams. Depois de altos e baixos na trama, muito sarcasmo e críticas sociais, Praticamente Inofensiva encerra a louca jornada espacial de Arthur Dent e seus companheiros.

Após muitos anos, Arthur, Ford Prefect e Trillian se reencontram. Mas como já era de se imaginar, as coisas não acabam bem. Eles percebem, cada um a seu modo, que o universo ao seu redor está diferente de alguma forma, seja devido à ausência de alguém importante ou então de objetos que não estão mais onde deveriam estar. O que eles ainda não sabem é que um grande perigo envolvendo a Mistureba Generalizada de Todas as Coisas está se aproximando.

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Logo que eu peguei esse livro para ler, descobri que havia uma “polêmica” por trás da sua concepção. Muitos fãs consideram Praticamente Inofensiva o quinto e último volume da série. Outros alegam que Adams apenas pegou os mesmos personagens e escreveu uma obra independente. Essa divergência ocorre porque existe um intervalo de 13 anos entre a publicação desta história (1992) e O Guia do Mochileiro das Galáxias (1979).

Eu me incluo no grupo de pessoas que acreditam que tudo faz parte de uma única saga. E isso faz bastante sentido já que os protagonistas mantêm suas lembranças das aventuras passadas. Eles são as mesmas pessoas e de repente se encontram em universos paralelos sem saber como foram parar ali. Esse é o capítulo final de suas jornadas e o encerramento necessário, visto que nos volumes anteriores isso não foi feito.

O melhor é deixar o passado para trás e permitir que o presente avance para o futuro”

O longo tempo de espera entre o lançamento do primeiro livro e do último teve influência na narrativa. Muita coisa mudou em 13 anos: tendências, tecnologia, contexto político e outras coisas. Douglas Adams teve que se adaptar a isso para continuar com sua característica marcante de fazer críticas sociais envoltas em sarcasmo e ironia. Porém, algumas delas continuam as mesmas de antes, principalmente sobre questões ambientais, o que mostra que nem tudo mudou depois de mais de uma década.

Se comparado com os dois livros anteriores – A Vida, O Universo e Tudo Mais e Até Mais, e Obrigado Pelos Peixes! – o quinto volume não se perde tanto em devaneios e informações desnecessárias, focando mais na Ciência. As teorias de múltiplas realidades e viagens no tempo são ótimas para agradar a qualquer fã de ficção científica, além de confirmarem a engenhosidade do autor e explicarem por que ele roteirizou Doctor Who durante um período.

Infelizmente, sobram muitas pontas soltas e diversos personagens são esquecidos, incluindo um dos melhores: Marvin, O Androide Paranoide. Não ficamos sabendo que fim ele e outros indivíduos tiveram. Enquanto isso, o trio principal teve um destino que não me agradou nem um pouco, por mais que possa despertar inúmeras teorias.

Essas são as minhas impressões sobre a conclusão da série O Mochileiro das Galáxias. Praticamente Inofensiva tem muitos elementos que a fazem ser uma excelente produção de ficção científica, o que deixa claro para mim por que a saga é tão aclamada. Entretanto, apesar de não duvidar da criatividade e inteligência de Douglas Adams, seu desfecho não me agrada pela forma como aconteceu.

Adicione este livro à sua estante!

Leia a resenha dos outros volumes:

As minhas impressões pessoais sobre a série como um todo

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Mozer Dias

Engenheiro por formação, mas apaixonado pelo mundo da literatura e do cinema. Se eu demorar a responder, provavelmente estou ocupado lendo ou assistindo a um filme.

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