Baseada no livro homônimo de Stephen King, The Stand é ambientada num cenário pós-apocalíptico, quando um vírus letal destrói a Terra. Os poucos sobreviventes se dividem em duas facções: uma democrática, liderada pela Mãe Abagail (Whoopi Goldberg), uma senhora de 108 anos; e outra marcada pela brutalidade de Randall Flagg (Alexander Skarsgård), dono de poderes inexplicáveis. Uma batalha entre o bem e o mal se inicia – e vai determinar o futuro da humanidade.

Antes de mais nada queria compartilhar que assisti a série sem ler o livro A Dança da Morte (que originou a série e também o filme de 1994), pois acredito que uma produção não deveria depender de outra para contar uma história (desde que não seja uma continuação ou prólogo). The Stand foi produzida pela Starz junto com a Amazon Prime, conta com 9 episódios no total e um elenco de primeira que vai desde J.K. Simmons até Amber Heard. Falando na atriz, a série também sofreu um “rage” extremamente tolo de uma parcela da audiência pela participação dela, já que ela está em litígio judicial contra o ator Johnny Depp, onde há acusações de agressões de ambas as partes. Enfim, voltemos a falar da série…

O clima pandêmico e pós-apocalíptico de The Stand chegou em momento “oportuno” dentro da nossa própria pandemia, o que faz nos identificarmos com algumas situações que ocorrem no primeiro episódio. Mas se posso dar um “hot take“sobre a série produzida por Josh Boone é “a confirmação de que o maniqueísmo é insuficiente nos dias de hoje“. A série cria expectativas, acompanhamos personagens com grande potencial dramático como Harold Lauder (Owen Teague) e Tom Cullen (Brad William Henke), clima pós-apocalíptico com magia envolvida, porém no fim a série entrega apenas a eterna luta entre o bem e o mal. Quando se tem a imagem total dos 9 episódios, The Stand poderia ser muito bem uma produção gospel feita pela Record.

Observamos peças sendo sacrificadas sem motivo. Personagens outrora cinza transformam-se em arremedos clichês de vilão e mocinho, a série apesar de mostrar em tela não elabora como uma pessoa com má intenção criou resultados positivos e vice-versa. Fora que toda a falta de contexto dos elementos da trama, principalmente de quem é Mãe Abagail, qual o objetivo de Randall Flagg, o que são as pedras pretas, etc.. acaba se simplificando entre a batalha do “filho do demônio” contra “a profeta” (mais uma vez reforçando que poderia ser uma produção do canal do bispo Macedo). Isso chega ao extremo nos dois últimos episódios onde uma bola de raios desce das nuvens para punir os “pagãos” (sem o menor sentido) e uma versão da Mãe Abagail criança aparece para salvar o dia.

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A série fica notabilizada por mim por ser um grande desperdício de elenco e de expectativa. Após um belo início assistir a cada semana a série cair em clichês e, principalmente, na eterna batalha do bem contra o mal sem nenhuma camada ou explicação acaba se tornando uma decepção ainda maior. Como disse no início, não li o livro, mas achei que a série não teve uma pegada característica do Mestre do Horror Stephen King o que é normal em suas adaptações televisivas. Se você leu o livro não deixe de comentar qual foi sua experiência ao assistir a série.

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Daniel Gustavo

O destino é inexorável.

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