A produtora A24 vem mostrando muita relevância dentro dos filmes de terror. Nos últimos anos ela entregou produções do gênero como A Bruxa, O Farol, Midsommar e Hereditário. Além do terror, também é dela filmes como Joias Brutas, Moonlight: sob a Luz do Luar e o Quarto de Jack. Agora temos o mais novo lançamento do gênero de terror: X.

Dirigido e escrito por Ti West, X se propõe a recriar parte da estética de filmes grindhouse dos anos 70, período em que a história se passa. Um grupo de jovens vai fazer um filme pornô numa fazenda isolada que é alugada por um estranho homem idoso. Logo eles percebem que existe algo de estranho nesse lugar e que um perigo real está espreitando.

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O filme claramente toma grande inspiração do clássico Massacre da Serra Elétrica em criar seu cenário e personagens, além da própria época escolhida. Em diversos momentos vemos cenas e situações que parecem ser tiradas do filme de Tobe Hooper, pelo menos no primeiro ato.  Entretanto, ele não é tão exagerado como outros filmes grindhouse que está homenageando, apesar de ter sua boa dose de violência e nudez. Mas nem de longe é tão extremo como se vende. Não esperem algo na linha de Planeta Terror ou À Prova de Morte.

O roteiro toma um bom tempo criando um clima, tentando desenvolver personagens e um conceito geral temático que permeia toda a trama. Ele não tenta ser óbvio nisso, apesar de no seu fim deixar bem delineado sobre o que a história se trata e a sua mensagem. Existe certa margem dúbia para discussão e análise, mas não muita.

Esteticamente é uma obra bem interessante e segue o estilo de algumas outras da A24. As atuações também são acima da média e conseguem carregar a trama mesmo quando temos a sensação de que nada está acontecendo. Quando tudo finalmente mergulha no terror a coisa toda fica ainda mais interessante, mas não podemos dizer que é algo muito fora do comum ou nunca antes visto dentro do gênero. Porém funciona e prende a atenção até o fim.

No final das contas X diverte, consegue criar uma atmosfera assustadora e tem um visual cativante. Não reinventa a roda nem nada do tipo, mas acredito que essa não era a intenção de Ti West, e sim fazer um filme que homenageia o grindhouse ao mesmo tempo em que mantém um estilo mais próximo dos filmes de terror atuais. Um meio do caminho que acaba funcionando, apesar de que poderia ter alguns momentos mais interessantes ousando um pouco mais, já que está se propondo a ser explícito sem sua violência e sexualidade.

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X (2022)

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  • Nota 7
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Raul Martins

Autor dos livros Cabeça do Embaixador e Onde os sonhos se realizam

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