[authorbox authorid=”5″ title=”Crítica por:”]

Se existe um grupo de heróis que tem problemas sérios com cronologia este grupo é os X-Men. Tantas versões, viagens no tempo, realidades alternativas e personagens que torna difícil acompanhar as histórias deste núcleo da Marvel. Até mesmo para aqueles que já estão inseridos no universo dos quadrinhos é difícil adentrar nos títulos dos grupos X, pois eles acabam funcionando quase que individualmente do resto da editora. Algumas bons arcos trabalham com toda essa bagagem de histórias, outras só criam mais confusão. A Batalha do Átomo é as duas coisas ao mesmo tempo.

Depois que o Fera trouxe os X-Men originais para o presente, há um grande debate entre os mutantes sobre os problemas no espaço tempo e no próprio tecido da realidade. De um lado temos o time de Ciclope e do outro o do Wolverine e cada um deles tem opiniões diferentes sobre o que deve ser feito com os jovens X-Men. Entretanto, as versões do passado deles possuem opiniões próprias sobre o que desejam fazer de suas vidas. Tudo só piora quando um outro grupo de X-Men de um futuro não tão distante possui outros planos específicos para os X-Men originais.

Esse é um encadernado que é um tanto difícil de escrever sobre, pois é preciso especificar de que versão do personagem eu estou falando. O Homem de Gelo, por exemplo, só nessa história vemos quatro momentos diferentes dele e todos interagindo entre si. Fera por sua vez possui três versões. Surpreendentemente a história nem é tão confusa assim, é incrivelmente bem montada por Brian Michael Bendis. Somente alguém como ele poderia ter confabulado uma saga tão calcada em cronologia e no conhecimento acumulado dos personagens, mas não é ele que toma conta de todos os roteiros. Brian Wood, Peter Milligan e Jason Aaron também assinam algumas edições deste encadernado. A diferença entre esses escritores é pouco perceptível, mas em dado momento a história ganha tons bem mais cômicos, principalmente em sua reta final, algo estranho comprado ao seu início.  

Isso se dá porque a saga Batalha do Átomo, além de uma minissérie, também envolveu outras revistas mensais dos X-Men. Todo encadernado que engloba várias mensais diferentes possui o problema de artes muito diversificadas que acabam ficando muito díspares quando se lê tudo em uma sequência. Os artistas são ótimos individualmente, mas sem muita relação entre si o que gera um estranhamento.

O conceito desta saga é incrível e muito instigante. O que você faria se visse o que vai se tornar no futuro? E o pior; e se percebesse que você virou aquilo que você mais odeia? Infelizmente essa ideia não é explorada em seu âmago, mas ganha bastante espaço e gera questionamentos e conflitos muito interessantes. Obvio que existem outros conflitos, tanto físicos quanto a clássica questão de salvar o futuro de um cataclisma e coisas que já vimos em outras sagas famosas dos mutantes. Apesar de este ser um encadernado fechado eu não recomendo que você o leia caso não tenha algum conhecimento prévio. É necessário que você tenha lido a saga X-Men VS Vingadores e as histórias aonde os X-Men clássicos efetivamente chegam no presente da Marvel. Sem ter lido essas histórias você se pegará pensando diversas coisas como “Porque o Ciclope se aliou ao Magneto?” “Porque o professor Xavier morreu?” e diversos outros pontos que já foram estabelecidos. De modo geral é importante um conhecimento geral dos personagens e do universo que os cerca para entender os conflitos prévios e as relações entre eles. Definitivamente não é uma saga para quem está começando.  

A motivação dos vilões demora a ser revelada, mas quando efetivamente isso acontece podemos acabar nos deparando com um plano fraco e bastante confuso. Apesar de gerar lutas e embates divertidos, o porquê de toda essa viagem do futuro para ser bastante rasa é principalmente em como ela mexe com algumas figuras clássicas, mas como tudo é em um futuro alternativo isso acaba não pesando tanto. Na verdade esse novo futuro alternativo (quantos desses futuros X-Men possuem?) é bastante inventivo em confabular novos mutantes e em como alguns personagens clássicos ficaram em sua velhice. Espero que este futuro volte a ser utilizado, pois ele está recheado de possibilidades interessantes além de filhos heróis conhecidos.

Compre essa e outras HQ’s dos X-Men nos nossos links da Amazon e ajude o Tarja a ir cada vez mais longe. 

Publicidade
Share.
Raul Martins

Autor dos livros Cabeça do Embaixador e Onde os sonhos se realizam

Exit mobile version