Quando começamos a nos interessar por cinema percebemos que o diretor é uma das figuras mais importantes na criação de um filme. Passamos a prestar atenção nos grandes nomes do meio e acabamos escolhendo nossos favoritos dependo do estilo de cada um. Alguns são icônicos, outros agradam um estilo específico e abordam temas constantes. A grande questão é que não importa o quão icônico seja o diretor, ou diretora, eles tiveram que começar em algum lugar. É normal dar mais atenção aos grandes clássicos de cada diretor, mas e os primeiros filmes de cada um? Seriam tão bons assim? Já mostram o potencial que viriam a mostrar no futuro?

Nesta lista eu escolhi 5 diretores e só considerei como “primeiro filme” os longas. Nesta lista não entram curtas, que geralmente são onde todos começam, ou documentários. Busquei o primeiro filme no sentido clássico. Direções de episódios de seriados também não entraram aqui, nem filmes para TV.

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“Febre de Juventude” de Robert Zemeckis (1978)

O gênio que trouxe ao mundo a trilogia do “De volta para o futuro” e o “Náufrago”. Seu primeiro filme tem uma proposta muito interessante. Imagine acompanhar um grupo de adolescentes americanos durante uma turnê dos Beatles no auge de sua fama. Uma comédia que retrata a histeria coletiva gerada por uma das bandas mais famosas de todos os tempos. Tudo gira em torno das protagonistas conseguirem encontrar com os seus ídolos, uma tarefa que se mostra a mais difícil do mundo. Uma comédia puxada para o absurdo. Como se trata de histeria o filme tem muita gritaria e personagens estúpidas, algo que pode se mostrar muito irritante.

“Cronos” de Guillermo Del Toro (1993)

Aqui já podemos ver diversos elementos clássicos desse diretor com uma temática e visual tão marcante, o roteiro do filme também é dele.  O dono de um antiquário acha um estranho mecanismo que parece querer ser usado e se alimentar de sangue. Um estranho grupo começa a persegui-los por que deseja esse tal objeto. Aqui já temos Ron Perlman trabalhando com Del Toro, que mais tarde viria a ser uma grande dupla. Apesar de ser um filme no México, ele tem diversas falas em inglês além de não muito sentido, mas ainda sim é um filme de Terror de caráter fantástico muito original. É possível ver o diretor se aprimorando, mas já com todos os elementos que tornam seu trabalho único.

“Os Duelistas” de Ridley Scott (1977)

Do mesmo nome que fez Alien, Blade Runner e o recente Perdido em Marte. O diretor também é conhecido pelo seu envolvimento com filmes históricos, alguns ótimos como Gladiador e outros péssimos como Êxodo. “Os Duelistas” entra nessa lista de filmes históricos e é bem interessante. O filme conta a história de uma rivalidade entre dois soldados durante o império napoleônico. É um desses filmes que narra um longo pedaço da vida de alguém e ao mesmo tempo viajamos pelo período histórico que estamos inseridos. As lutas de espadas que temos aqui são extraordinárias, acho que as melhores que já vi num filme. De modo geral é uma história que possui certa carga de profundidade. Talvez seu único defeito seja ter um ritmo um tanto lento em seu segundo ato, mas a finalização é tão bacana que compensa. Não é o melhor filme do diretor, mas certamente é um dos melhores na linha de filmes históricos que ele já fez.

“Amnésia” de Christopher Nolan (2000)

Esse é um caso complicado, pois tecnicamente Following seria seu primeiro filme, mas ele só possui 69 minutos e por isso acaba entrando na categoria de média metragem. Seu primeiro trabalho que é oficialmente considerado um longa é o Amnésia, considerado por muitos uma obra prima. Uma das montagens mais originais do cinema e rompe com a regra mais básica da narrativa, invertendo o conceito de inicio, meio e fim. Na história acompanhamos um investigador que possui amnésia e por isso ele necessita anotar cada um dos seus passos, o que torna quase impossível que ele descubra quem matou sua esposa. Nolan consegue fazer você se sentir com amnésia durante o filme. Impressionante como logo em sua estreia ele consegue fazer um filme tão bom. Mas como grande parte das obras do diretor, devemos dividir os créditos para Jonathan Nolan que escreve os roteiros que o irmão mais velho geralmente trabalha. 

Missão Impossível III de J.J Abrams (2006)

J.J é um diretor relativamente recente, mas como já colocou suas mãos nas duas maiores franquias nerds de todos os tempos, coloca-se num patamar elevado dentro do meio. Curiosamente ele estreou no cinema com a continuação de uma franquia de sucesso, que já havia começado com Brian de Palma. O terceiro volume da trilogia era considerado o melhor até a chegada do quarto. J.J já tinha um nome relativamente conhecido no meio das séries de TV e na verdade é lá que ele continua com maior relevância do que no cinema em si. Missão Impossível III é extremamente divertido, elevando a ação na franquia e explorando mais a vida pessoal de Ethan Hunt (o protagonista). Temos aqui uma das melhores corridas do tio Cruise no cinema.

Teremos mais pra frente a sequência desse texto com mais cinco filmes de outros grandes diretores, porém mais das antigas. Pretendo fazer depois um sobre primeiras aparições de atores e filmes dirigidos por atores. Desta lista indico fortemente os quatro últimos, enquanto o primeiro não me agradou muito, mas talvez um fã mais radical de Beatles aprecie mais do que eu.

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Raul Martins

Autor dos livros Cabeça do Embaixador e Onde os sonhos se realizam

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