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Há 6 anos atrás vimos o primeiro capítulo de sua história na tv. Curiosamente, esse início foi bem antes de vermos o surgimento da versão live action de uma anti-heroína urbana da Marvel e até mesmo da super-heroína kryptoniana da DC. E isso foi só o começo, afinal de contas seu pioneirismo no mundo das adaptações de quadrinhos não parou por ai. Na produção que leva seu nome vimos o que pode ser chamado de  “pontapé inicial” na abordagem de temas relevantes que continuam sendo retomados em produções do Universo Cinematográfico da Marvel. Também conhecemos duas vilãs muito interessantes sendo que uma está relacionada com a Vingadora mais marcante da história do UCM. Quem é essa personagem? O que significam todas essas referências? Para encontrar as respostas e muito mais convido vocês a relembrar da primeira e única Agente Carter.

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Para começar a desvendar a faceta pioneira de Agente Carter vale ressaltar uma curiosidade relacionada ao ano de estreia de sua série. Em janeiro de 2015, a ABC exibia “Now Is Not the End” dando início a primeira temporada. Naquele momento, o público conhecia melhor Peggy Carter vivendo suas próprias aventuras após os eventos ocorridos em Capitão América: O Primeiro Vingador. Meses depois foi a vez da Supergirl na CW e de Jessica Jones na Netflix. Essas informações são importantes tendo em vista que nunca foi comum o fato de ver produções televisivas adaptadas de HQs com personagens femininas como protagonistas estreando no mesmo ano.

O próximo passo é destacar alguns temas abordados nas duas temporadas da série. Como oficial da inteligência britânica, Peggy Carter (Hayley Atwell) sempre foi qualificada para servir em missões, mas depois da guerra as coisas mudaram. Ao invés de ter seu potencial aproveitado como deveria ela passou a trabalhar como secretária da RCE, uma função delegada a ela apenas por ser mulher. Com essa prova contundente de machismo escroto não foi surpresa nenhuma que a possibilidade de ajudar Howard Stark (Dominic Cooper) em missões secretas era uma luz no fim do túnel. E em um momento importante, próximo da season finale da primeira temporada, Peggy está sendo interrogada pelos seus colegas na RCE (Reserva Científica e Estratégica) e faz um desabafo sincero sobre isso:

“Ninguém me olha porque a não ser que eu esteja com seus relatórios e cafés eu sou invisível”

Para falar sobre o próximo tema preciso resgatar um momento especifico de Falcão e o Soldado Invernal, mais precisamente quando Sam e Bucky vão visitar a casa de Isaiah Bradley (Carl Lumbly) em The Star-Spangled Man (S1E2). Como se trata de uma produção recente vou evitar soltar qualquer spoiler e apenas comentar sobre a rápida, porém incisiva, abordagem do racismo na série. Ao contrário do que grande parte do público pode pensar essa não foi a única vez que esse tipo de preconceito é discutido em alguma adaptação da Marvel. Na segunda temporada de Agente Carter, o Dr. Jason Wilkes (Reggie Austin) descobre ter sido contratado pela Isodyne por ser negro e não pelo seu vasto conhecimento cientifico. Whitney Frost (Wynn Everett) explica que se ele morresse não haveria problema já que o mesmo era considerado dispensável para a sociedade. Nesse sentido vale lembrar da série do Luke Cage (2016-2018) que se aprofundou nessas questões.

Outro detalhe que marca o pioneirismo de Agente Carter está justamente em seu lado, digamos, mais sombrio. Antes que o UCM apresentasse vilãs como Fantasma (Homem-Formiga e a Vespa) e Hela (Thor: Ragnarok) a série colocou no caminho de Peggy uma assassina russa, que pertenceu ao programa conhecido como Viúva Negra e uma versão da Madame Máscara. No caso dessa última vale lembrar que seu arco está relacionado com um grande inimigo do Doutor Estranho: Dormammu.


Além delas, temos Johann Fennhoff (Ralph Brown), uma versão do Dr. Faustus que é especialista no controle da mente através de hipnose. Quando é preso, ele conhece Armin Zola (Toby Jones), cientista da Hidra e um dos principais responsáveis pelo programa do Soldado Invernal como descobrimos em Capitão América: Soldado Invernal.

Enfim, depois de tanto falar sobre o passado e pioneirismo de Agente Carter chegou a hora de comentar sobre seu futuro. Após o cancelamento da série a personagem que fez algumas participações especiais em animações como Avengers, Assemble logo estará de volta na série animada “What If…?”. Na animação, cuja estreia deve acontecer no segundo semestre de 2021, ela será uma supersoldada e provavelmente líder de uma equipe de Guardiões do Multiverso.

Infelizmente, apesar disso tudo, talvez nunca mais vejamos a sua versão live action seja nos cinemas ou no serviço de streaming. No entanto, isso não muda o fato de sabermos o seu valor e importância como uma autêntica heroína.

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O Valor de Peggy Carter – Artigo do site Nebulla

As Vilãs da Marvel

Leituracast Muheres Fora de Série

Marcus é redator no site Leituraverso e um dos hosts do podcast Leituracast

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Marcus Alencar

"Palavras importam! Uma morte, uma ondulação e a história mudará em um piscar de olhos"

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