O termo “filme indie” cada vez mais vai se tornando algo comum entre as pessoas que gostam de cinema. O ser humano tem a mania de classificar tudo e por isso esses novos termos começam a surgir. Geralmente o filme indie fala sobre relacionamentos como temática principal, trazendo personagens mais alternativos dos padrões e um visual mais diferente em sua fotografia e trilha sonora. Nada mais do que refletir o estilo meio indie e hipster que existe hoje. De tempos em tempos esse estilo de filme cria algumas pérolas incríveis que merecem ser vistas por todos. Band Aid é um desses filmes.

Anna (Zoe Lister-Jones) e Ben (Adam Pally) são um casal à beira do divorcio. A vida dos dois está horrível em todos os sentidos. Profissional, sexual, emocional e tudo mais que você puder imaginar. A única coisa que mantém os dois juntos é a bela amizade que possuem. Numa tentativa de solucionar seus problemas eles começam a criar músicas que falam sobre suas vidas ao invés de brigar. As músicas acabam gerando uma banda que, por sua vez, vai levando o casal a uma vigem pelo próprio relacionamento que precisa de um curativo.

Algo fundamental para esse tipo de filme funcionar são os personagens. Se nós não nos importarmos com eles, logo não nos importaremos com o relacionamento deles. Precisamos gostar e nos identificarmos com eles. Isso ocorre com muita facilidade nesta obra. Primeiro vamos falar de Adam Pally, que faz Ben, é muito engraçado, mas ao mesmo tempo consegue sustentar cenas verdadeiramente dramáticas e tensas. Para quem já o viu em Happy Endings ele se assemelha muito ao personagem que fazia naquele seriado, mas aqui de forma mais realista e com um personagem que não é gay.

Agora vamos falar da verdadeira estrela deste filme. Zoe Lister-Jones dirigiu, roteirizou e protagonizou esse filme e fez tudo isso muito bem. Ela interpreta Anna e faz isso de uma forma absurdamente carismática com uma personagem que é incrivelmente real. Personagem essa que só existe pelo roteiro brilhante que ela escreveu. Pense numa história que consegue ser profunda, simples, engraçada, triste, melancólica e divertida, mas tudo ao mesmo tempo. É a história de um casal comum com uma ideia um tanto inusitada, mas é feito de uma forma altamente cativante. Somente a sua direção que é bem pouco inventiva, mas talvez porque a história realmente não precise de muitos truques de direção, pois ela se desenrola muito naturalmente na tela. Mas, mesmo assim, ela ainda consegue tirar algumas transições de cena bem inteligentes.

Publicidade

Qualquer pessoa que já teve um relacionamento sério vai ter margem para se identificar com este filme. Os personagens são incrivelmente humanos. O que mais me surpreende é o quanto ele ainda consegue ser engraçado, e quando digo engraçado estou falando de algo que realmente pode tirar gargalhadas. E quando você se pega dando gargalhadas logo pode perceber que algumas lágrimas podem estar escorrendo de seu rosto numa cena triste.

E olha que eu nem falei da banda ainda. As músicas que os personagens tocam no filme são realmente boas, caso você curta música indie. Talvez você até tenha vontade de escutar algumas no fone de ouvido e verdadeiramente desejar que a banda exista. Na verdade você pode escutar as músicas que eles tocam fora do filme com versões de estúdio. Tem no Spotify caso você procure pelo nome da banda que eles formam no longa. Mas qual é o nome da banda? Isso você vai ter que ver o filme para descobrir. Esse é o primeiro filme dirigido por Zoe Lister-Jones, mas ela possui outros roteiros filmados e eu te garanto que ficará com vontade de assistir os outros filmes que ela escreveu depois de ver Band Aid. Um nome que merece entrar no seu radar sem duvida nenhuma.

Publicidade
Share.
Raul Martins

Autor dos livros Cabeça do Embaixador e Onde os sonhos se realizam

Exit mobile version