Quando eram jovens, eles bagunçaram o passado e enfrentaram a morte em pessoa. Mais do que isso, fizeram sucesso ao redor do mundo com suas músicas por um bom tempo. No entanto, assim como para todo mundo a idade chegou e com ela as responsabilidades da vida adulta. Sendo assim, fica a pergunta sobre o que nos resta esperar da última aventura deles em Bill & Ted: Encare a Música.

Na trama, Ted (Keanu Reeves) e Bill (Alex Winter) atingiram a meia idade. Agora, suas preocupações voltaram-se para as suas famílias e outras responsabilidades da vida adulta. Depois de anos lidando com a frustração de ainda não terem escrito a melhor música de todos os tempos, eles recebem uma visita misteriosa do futuro e descobrem que apenas uma música criada por eles pode salvar o mundo e toda a realidade.

Eu poderia muito bem começar essa crítica falando da premissa de Bill & Ted: Encare a Música e de como esse filme traz o melhor da franquia. No entanto, faço questão de destacar toda a estranheza que é ver Keanu Reeves sem barba e com cabelos longos em uma comédia depois de tantos filmes de ação como os da franquia John Wick. Não é a toa que inicialmente é difícil comprar a ideia de que esse cara com jeito de tiozão ainda é  Theodore “Ted” Logan dos anos 80 e 90. Para algumas pessoas ele parece mais uma versão do professor Severo Snape, de Harry Potter, ao lado de um sósia do Luciano Huck.

Essa citação de um dos vários memes sobre Bill & Ted: Encare a Música não é por acaso, principalmente quando consideramos o fato inegável de que todos os filmes dessa trilogia não se levam a sério. Se você procura alguma profundidade, teorias em relação ao tempo e espaço e uma aventura empolgante pode ter certeza que esse não é o caso. Aqui a real função é divertir com personagens e situações engraçadas. Nesse sentido, o objetivo é conquistado sem dificuldade a tal ponto do público quase não ver o tempo passar.

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Inclusive, quando o assunto é tempo, vale dizer que não faltam viagens para diferentes pontos do passado e futuro. Dessa vez, em dose dupla. Além de Bill e Ted agora temos suas filhas fazendo o mesmo, algo que dá uma dinâmica interessante para o filme. Wilhelmina “Billie” Logan (Brigette Lundy-Paine) e Theodora “Thea” Preston (Samara Weaving) são uma versão feminina dos seus pais, com algumas pequenas alterações de personalidade, que carregam o tom cômico que é esperado ao mesmo tempo que referenciam suas fontes de inspiração. Por esse motivo, não é surpresa nenhuma quando elas buscam diferentes personalidades históricas do mundo da música com o auxílio de uma nova máquina do tempo. Ainda nessa “vibe” pais e filhos não podemos esquecer de Kelly (Kristen Schaal), a substituta de Rufus (George Carlin) e também o meio pelo qual o roteiro homenageia o ator falecido em 2008.

Enfim, Bill & Ted: Encare a Música é tudo aquilo que se espera da franquia e também mais um pouco. Tudo porque ironicamente o filme chegou em um momento certo no qual cada vez mais precisamos estar unidos. Por isso, não estranhe se depois de conferir essa terceira aventura vocês sentirem vontade de serem excelentes uns com os outros e deixar a festa rolar.

Obs: Não se esqueça de ficar para a cena pós-crédito. Vai valer a pena.

Ficha técnica:

  • Data de lançamento: 5 de novembro de 2020 (Brasil)
  • Duração: 1h33min
  • Gênero:  comédia
  • Direção: Dean Parisot
  • Roteiro: Chris Matheson e Ed Solomon
  • Elenco: Keanu Reeves (Ted Logan), Alex Winter (Bill Preston), Samara Weaving (Theodora “Thea” Preston), Brigette Lundy-Paine (Wilhelmina “Billie” Logan), William Sadler (A Morte),  entre outros.

Assista ao trailer:

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Marcus Alencar

"Palavras importam! Uma morte, uma ondulação e a história mudará em um piscar de olhos"

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