Recentemente, tivemos o lançamento do filme Assassinato do Expresso do Oriente, que foi bem sucedido e se mostrou como uma tentativa de criar uma franquia em cima da figura de Poirot. Talvez estejamos vivenciando um período de redescoberta das obras de Agatha Christie no cinema, pois chega mais um longa baseado em uma de suas obras.

 Um rico homem morre em sua mansão e um detetive particular é chamado para solucionar o caso antes da polícia. O mistério parece ser realmente complicado porque todos os moradores da casa parecem ter um bom motivo para ter matado o milionário e o detetive possui um relacionamento amoroso com uma das suspeitas.

Agatha Christie é simplesmente genial em montar cenários. Hoje a ideia de uma mansão onde todos são suspeitos de assassinato já é um gigantesco clichê. Entretanto, ao ler uma de suas histórias ou assistir uma das adaptações, é preciso ter em mente de que foi ela quem criou este clichê e o fundou na cultura popular. Ao assistir esse filme, você pode ficar com a sensação de que é só mais uma história de descobrir quem é o assassino, mas logo perceberá que é bem mais do que isso. Aqui temos este clichê sendo demonstrado em sua excelência e entendemos porque tal conceito perdura por tanto tempo.

Gilles Paquet-Brenner, tanto em sua direção e adaptação de roteiro com auxilio de Julian Fellowes e Tim Rose Price,mostra a sua tentativa clara de se manter o mais fiel possível à obra original. O problema é que isso gera um filme que parece ter dois segundos atos. A trama fica por muito tempo em seu desenvolvimento. É natural que em histórias de detetive foquem no segundo ato, pois é onde a investigação realmente acontece. Apesar de duas horas de filme ser um tempo normal, aqui parece que temos um filme muito longo e que pode gerar certo incômodo em sua metade.

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Por sorte, temos personagens bastante interessantes que prendem a atenção ao longo da narrativa. Entretanto, todos eles falam como típicos personagens de Agatha Christie, algo que soa muito bem na literatura, mas pode parecer meio artificial e excessivamente expositivo no cinema. Os bons atores conseguem entregar tais falas com naturalidade e gerar esse estilo sem cair em algo caricato. Temos nomes como Gillian Anderson, Glenn Close e Christina Hendricks fazendo bons trabalhos.

O que faz o grande triunfo deste filme é justamente aproveitar. O que existe de melhor numa boa história de Agatha Christie. A conclusão é de fazer sua cabeça explodir. Mesmo falecida desde 1976, ela ainda é capaz de surpreender e nos fascinar. A Casa Torta é um baita mistério que nos convida a tentar resolvê-lo. É impossível não tentar fazê-lo ao longo da exibição. E como todo bom mistério, ele possui uma solução de tirar o fôlego.

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Raul Martins

Autor dos livros Cabeça do Embaixador e Onde os sonhos se realizam

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