Em termos de adaptações ruins de histórias em quadrinhos, Batman & Robin é um clássico. Ou melhor, uma obra prima da “ruindade” cinematográfica. São tantos os motivos que fica difícil enumerá-los em uma crítica normal, algo que só não é maior do que a tentativa de encontrar algo de positivo neste filme.
Na trama, vemos a dupla dinâmica enfrentando uma terrível dupla de vilões: o gélido Mr. Freeze (Arnold Schwarzenegger) e uma delicada botânica que, ao sofrer um acidente, transforma-se na perigosa e vingativa Hera Venenosa (Uma Thurman). Para poder livrar Gotham City das garras dos vilões, Batman (George Clooney) e Robin (Chris O’Donnell) contam com uma nova companheira, a Batgirl (Alicia Silverstone).
Em termos gerais, a aventura deste quarto capítulo da filmografia do Homem Morcego é bem direta. Não é a toa que já começa logo de cara com uma cena de ação onde vemos a clássica dupla de heróis enfrentando Freeze e seus capangas. O mesmo pode ser dito a respeito da origem da Hera Venenosa e seu leal capanga Bane (Michael Reid MacKay). Curiosamente, quem une ambos é um personagem bem secundário interpretado por John Glover. O ator teve participação fundamental nas primeiras temporadas de Smallville como vilão e pai de Lex Luthor e já repetiu a dose recentemente em outra produção da DC: Shazam!.
Curiosidades a parte, é hora de falar sobre o tom de Batman & Robin. Diferente dos filmes anteriores, este coloca o humor em primeiro lugar fazendo com que tenhamos mais momentos de riso do que o normal… ou não. Afinal de contas, nem todas as piadas funcionam como deveriam, começando por todos os trocadilhos infames do Mr. Freeze sobre gelo. Em outras palavras, melhor exemplo de vergonha alheia em produções desse tipo.
Isso fica ainda pior quando percebemos a insistência de ressaltar os corpos dos atores enquanto se vestem para combater o crime. Prepare-se para muitos closes desnecessários de peito e bunda com destaque para os bat-mamilos dos uniformes.
A ultima observação sobre Batman & Robin é em relação a introdução extremamente apressada da Batgirl. Além de ter sua origem alterada, ela rapidamente se torna uma combatente do crime sem treinamento ou qualquer outra motivação especial. Um desperdício de personagem feminina, infelizmente. Por outro lado, sua participação no filme garantiu uma espécie de homenagem ao Alfred (Michael Gough) que ganha mais atenção por parte do roteiro. De certo modo, trata-se também de uma carta de agradecimento ao ator que esteve presente em todos esses filmes.
Enfim, talvez a única coisa positiva desta maravilha da sétima arte seja ter mostrado como não se adaptar HQs para o cinema. Para muitos fãs, uma opção divertida com um dos heróis mais icônicos dos quadrinhos. Para outros, um “trauma” que dificilmente será apagado da memória.
Ficha técnica:
- Data de lançamento (no Brasil): 4 de julho de 1997
- Duração: 2h5min
- Gênero: Ação
- Elenco: George Clooney, Arnold Schwarzenegger, Uma Thurman, Chris O’Donnell, Alicia Silverstone, Michael Gough, entre outros.
- Direção: Joel Schumacher
- Roteiro: Akiva Goldsman
Assista ao trailer:
Leia mais:
- Crítica de Smallville (2001 a 2011)
- Crítica de Shazam! (2019)
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- Crítica de Batman – O Cavaleiro das Trevas (2008)
- Crítica Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge (2012)
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