Em A Batalha do Labirinto, ficamos ainda mais próximos de encerrar a série Percy Jackson e os Olimpianos. Neste quarto volume da saga, Rick Riordan entrega uma trama cheia de surpresas e momentos de tensão. Além de explorar ainda mais os poderes de seu protagonista, o autor resgata uma importante aliada e prepara o terreno para a ameaça central: Cronos.

No livro, Luke se encarrega dos preparativos para o retorno triunfal de Cronos, o senhor dos titãs e do tempo. O primeiro passo de suas tropas será atacar e destruir o Acampamento Meio-Sangue que é local de treinamento dos heróis, filhos de deuses com mortais, que desde a Grécia Antiga combatem na linha de frente em defesa dos olimpianos. Para assegurar que esse refúgio de semideuses não seja invadido, Percy Jackson, seu meio-irmão Tyson, Annabeth Chase, filha de Atena, e o sátiro Grover são destacados para uma importante missão – deter as forças de Cronos antes que se aproximem do acampamento. Para isso, será preciso sobreviver ao emaranhado de corredores do temido Labirinto de Dédalo, um grande inventor que pode ser inimigo ou aliado.

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Por conta de tudo o que está em jogo, é fácil dizer que agora o sentimento é de urgência. Além da ameaça que Cronos representa para todos há ainda o fato desta missão deixar Percy e seus amigos preocupados com a sobrevivência do acampamento o tempo todo. Como se isso não fosse o bastante, essa premissa ganha também um elemento misterioso com o surgimento da nova profecia que inicialmente não é revelada por completo para os leitores. Apenas Annabeth a conhece mas por motivos próprios prefere não compartilhá-la na íntegra com seus amigos. Este detalhe muda toda a experiência de leitura, algo bem diferente do que foi feito em A Maldição do Titã.

Outra relação deste livro com o anterior aparece na figura de Rachel Elizabeth Dare, uma personagem que havia mostrado algum potencial de desenvolvimento mesmo tendo tido uma pequena participação. Se antes ela era uma espécie de alívio cômico em momentos de ação, agora a garota de cabelos ruivos aparece como uma peça importante para desvendar os mistérios do labirinto. Não só isso deve ser observado como o fato de que Rick Riordan a utiliza de forma gradativa, como se algo muito maior estivesse reservado para ela no futuro.

Apesar desses destaques, quem realmente brilha em cena é o nosso “cabeça de alga” favorito. A Batalha do Labirinto dá ao filho de Poseidon a oportunidade de explorar ainda mais os seus poderes em vários momentos. Independente da adversidade apresentada, Percy consegue surpreender como um verdadeiro herói. O que torna tudo ainda mais interessante é o seu amadurecimento. Depois de lidar com acontecimentos trágicos como a morte de amigos, ele demonstra como aprendeu a lidar com o passado e seguir em frente.

O mesmo pode ser dito sobre a forma com que usa os conhecimentos obtidos através de seus sonhos que, desde sempre, relevam informações importantes como o passado de Dedálo. Sobre o novo personagem, fica o comentário sobre como sua introdução na história é feita de forma interessante. Riordan deixa para revelar sua identidade no melhor momento possível e ainda fortalece a participação de outro personagem que retorna neste livro: Nico di Angelo. O filho de Hades reaparece transformado, muito diferente da criança que vimos em A Maldição do Titã. Sombrio e estranho, o personagem se apresenta como carismático e tem sua relação com Percy resolvida de forma satisfatória. Ao final da leitura, fica a expectativa para que retorne a esse universo fantástico o quanto antes.

Infelizmente, não podemos dizer o mesmo de Grover. O melhor amigo de Percy que sempre tem presença constante em cada livro não tem muito espaço para se desenvolver dessa vez. Apesar de sua importância no quadro geral e de ter uma missão própria, ele não faz muita falta em meio a tantos personagens carismáticos. Sua busca por Pã, o deus selvagem, é relevante e merece nossa atenção, mas parece ser deixada de lado de propósito durante boa parte da aventura. O único momento em que essa subtrama é resgatada compensa um pouco isso, mas de forma tardia, já que ocorre perto do final do livro.

Por último, fica o aviso de que este quarto volume não deve ser lido por leitores ansiosos. O motivo para dizer isso é bem simples já que além de se tratar de um livro cheio de surpresas e momentos de tensão ainda há o adicional de deixar cada um ávido para ler O Último Olimpiano o mais rápido possível. Recomendável ter o quinto volume em mãos para ler logo em seguida. 

Adicione este livro à sua biblioteca!

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Marcus Alencar

"Palavras importam! Uma morte, uma ondulação e a história mudará em um piscar de olhos"

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