O ano de 2024 veio recheado de novidades no mundo dos animes. Uma das obras mais aguardadas pelo público era Kaiju Nº 8, que adapta o mangá escrito e ilustrado por Naoya Matsumoto. E mesmo que a produção do estúdio Production I.G. recaia em muitos clichês do gênero, o desenvolvimento da trama e dos personagens, assim como a qualidade da animação, salvam a obra. 

Atenção: alguns spoilers a seguir

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Quando ainda eram crianças, Kafka Hibino e sua melhor amiga, Mina Ashiro, prometeram entrar na Força de Defesa Anti-Kaiju e eliminar esses monstros. Anos depois, Mina não só entra para a Força de Defesa como também se torna a capitã da Terceira Divisão. Porém, depois de fracassar várias vezes, tudo o que Kafka consegue é um emprego na equipe de limpeza responsável por limpar os restos de Kaiju após a batalha. Mesmo com 32 anos, ele ainda não desiste de cumprir a promessa feita e irá tentar mais uma vez ingressar na Força. Contudo, isso fica mais difícil quando ele é misteriosamente transformado em um Kaiju. 

Sim, você já viu isso em algum lugar. Na verdade, em mais de um: um exorcista que é filho do diabo, um caçador de maldições que é hospedeiro do Rei das Maldições, um matador de titãs que se transforma em titã… Kaiju Nº 8 não é o primeiro anime a transformar o protagonista naquilo que ele jurou destruir, de maneira que isso não é motivo para a obra se destacar dentre as demais. 

O que realmente conquista e nos faz comprar a história é o carisma de Kafka Hibino e a desconstrução do estereótipo do protagonista fracassado. Geralmente os shonen mostram adolescentes com grandes ambições que lutam para superar as dificuldades. Porém, Kafka é um homem que já passou dos 30 anos, fora de forma e que precisa correr atrás do tempo perdido. Sem contar que o conflito de gerações resultante do seu relacionamento com os demais personagens cria vários momentos cômicos. 

Aliado ao humor, Kaiju Nº 8 apresenta uma animação de qualidade, principalmente nas diversas cenas de ação que são bem empolgantes. Além desses ingredientes, a relevância dos coadjuvantes deixa a trama ainda mais envolvente. Dentre eles, quem merece destaque é o vice-capitão Hoshina tanto por sua relação com o protagonista quanto por suas habilidades de combate. 

Outro ponto que chama a atenção e difere da maioria dos animes são os temas de abertura e encerramento que não são interpretados por artistas japoneses. Os episódios começam ao som de Abyss, do cantor britânico YUNGBLUD, que se destaca pela profundidade da letra. Já a música final é Nobody, da famosa banda OneRepublic, e tem um efeito relaxante por ser mais animada. 

Kaiju Nº 8 não inova no gênero de ação, mas isso passa despercebido quando nos envolvemos com os dilemas e desafios dos personagens e o cuidado com que a obra foi executada. A boa recepção do público também serviu para que tenhamos a segunda temporada em breve, a qual já está confirmada para 2025.

Ficha técnica:

  • Ano de lançamento: 2024
  • Gênero: shonen, ação, ficção científica
  • Música de abertura: Abyss – YUNGBLUD
  • Música de encerramento: Nobody – OneRepublic
  • Criador: Naoya Matsumoto
  • Estúdio: Production I.G.
  • Número de episódios: 12 (temporada 1)
  • Status: concluído

Assista ao trailer:

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Kaiju Nº 8 (1ª temporada)

8.0 Muito bom!
  • Nota 8
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Mozer Dias

Engenheiro por formação, mas apaixonado pelo mundo da literatura e do cinema. Se eu demorar a responder, provavelmente estou ocupado lendo ou assistindo a um filme.

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