A DC Comics já possuiu dois universos diferentes no mundo das animações. O primeiro se iniciou na série animada do Batman que se expandiu para uma série do Superman e da Liga da Justiça. Esse universo de desenhos animados é considerado até hoje como uma das melhores adaptações do gênero de super-heróis. De uns dez anos para cá as animações da DC tomaram um novo rumo e um novo universo começou, mas dessa vez em longas animados diretos para DVD/Blu-ray. O sucesso de público e crítica foi bem reduzido com seus altos e baixos e agora temos o último longa que encerra os trabalhos no chamado DC Animated Movie Universe.
Para aproveitar essa história da melhor maneira possível é preciso estar familiarizado com esses longas animados, já que toda a ideia é encerrar as aventuras nessa linha de produções. Entretanto, não é preciso ter assistido absolutamente tudo. Aqui vai uma listinha do que é necessário ver para entender os acontecimentos da trama.
- Liga da Justiça: Ponto de Ignição (2013)
- Liga da Justiça: Guerra (2014)
- A Liga da Justiça e os Jovens Titãs (2016)
- Liga da Justiça Sombria (2017)
- Constantine: Cidade dos Demônios- O Filme (2018)
- A Morte do Superman (2018)
- Reino do Superman (2019)
O mais estranho desse longa é que não existe a menor necessidade dele se chamar Liga da Justiça Sombria ou ter Constantine como protagonista. Essa é uma história sobre invasão alienígena e conflitos cósmicos. Por algum motivo os roteiristas Ernie Altbacker e Mairghread Scott não só colocaram o mago no centro da trama como o transformaram num deus ex machina ambulante. Ele possui praticamente qualquer poder que você possa imaginar e invoca todas as armas mágicas possíveis. Parece que não existe a compreensão do que faz esse ser um personagem tão querido e diferente. Aqui ele se resume a uma desculpa mágica ambulante para fazer o que o roteiro bem entender.
Na verdade vários outros personagens da editora estão bastante descaracterizados e outros não possuem nenhuma utilidade na trama. Como essa é uma história de larga escala temos diversas figuras saltando pela tela numa tentativa de amarrar tudo que já foi feito nesse segundo universo de animações. Às vezes isso pode render cenas divertidas e em outras uma embromação.
A única vantagem desse filme é ver diversos personagens em cenas de ação razoáveis. Temos uma mistura de conceitos onde magia e ciência se debatem e todo o tipo de elementos narrativos do universo de super-heróis aparece, mesmo que momentaneamente. Diferente de outros filmes dessa linha, temos bastante violência explícita e alguns palavrões aqui e ali. Pode ser divertido ver aquele personagem icônico da DC sofrendo ferimentos que você jamais esperaria ver na tela.
O final desse DC Animated Movie Universe é um grande paradoxo. Ao mesmo tempo ele consegue ser corajoso e absolutamente vazio. Mas a verdade é que não importa, pois essa linha de longas animados não foram bem sucedidos em criar um universo compartilhado e se basearam em sagas dos quadrinhos que nem eram tão interessantes assim, e nas vezes que tentaram adaptar os clássicos acabaram fracassando. O lado bom é que agora temos um caminho livre para uma nova linha de animações que podem ser mais criativas e diferentes entre sim, sem necessariamente criar um novo universo compartilhado.
