A corrida pelo Oscar 2023 já começou e um dos títulos que consta na lista de indicados desse ano é o drama de guerra alemão Nada de Novo no Front, concorrente em nove categorias, incluindo Melhor Filme. Através de um olhar brutal e desprovido de qualquer simbolismo heroico, a produção retrata a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) como o que de fato ela foi: sangrenta, absurda e prejudicial para todos os envolvidos.
A obra, na verdade, é a segunda adaptação do livro homônimo escrito pelo alemão Erich Maria Remarque. A primeira versão foi produzida nos Estados Unidos e lançada em 1930, chegando ao Oscar do ano seguinte com quatro indicações, das quais conquistou duas, inclusive Melhor Filme. Contudo, o longa de 2022 é o primeiro a ser produzido na Alemanha, sendo o único filme de língua não-inglesa indicado ao principal prêmio da noite.
A trama acompanha Paul Bäumer (Felix Kammerer), um jovem que se deixa levar por ideias fantasiosas de heroísmo e patriotismo e se alista para servir na linha de frente ocidental. Ao chegar ao campo de batalha, o rapaz percebe que a realidade é totalmente diferente daquilo que acreditava e passa a lutar para retornar vivo para casa.
Nada de Novo no Front difere de outros filmes do gênero justamente por deixar de lado qualquer glamourização criada em cima das guerras, mostrando as condições reais nas quais os soldados se encontravam. Somos levados a um cenário perturbador de morte e violência, onde os combatentes disputam território dentro de valas escavadas no solo, estratégia que ficou conhecida na Primeira Guerra Mundial como “guerra de trincheiras”.
Quando não estão lutando e morrendo, vemos o lado mais humano dos soldados em meio à destruição e à fome, se agarrando à frágil esperança de voltarem para casa. Enquanto isso, nos bastidores, o rumo do conflito é decido por autoridades movidas pelo orgulho e vaidade, se reunindo em lugares confortáveis com comida à vontade, como se os homens mortos em batalha não passassem de meras ferramentas.
A produção do filme conta com a participação do brasileiro Daniel Dreifuss, cujo avô alemão serviu na Primeira Guerra. Esse detalhe torna a obra muito mais pessoal para ele e é um dos fatores que influenciaram para o filme ser rodado na Alemanha, na língua original do livro. Além dele, outro que assina como produtor é Daniel Brühl (Capitão América: Guerra Civil) que também interpreta o deputado alemão Matthias Ezberger, o qual tenta dar fim à guerra.
Nada de Novo no Front não é um filme fácil de digerir principalmente pela forma crua com que mostra a realidade desumana da guerra. Sua competência em fazer isso de forma tão impactante é o que o faz merecer todas as indicações ao Oscar e a posição de destaque ao competir com outros grandes títulos.
Assista ao trailer:
Conteúdo relacionado:
Quer continuar por dentro de todas as novidades? Então siga o canal do Quarta Parede no Telegram e não perca nada (t.me/quartap4rede)
Nada de Novo no Front (2022)
-
Nota
