James Franco é uma figura conhecida dos nerds. Além de ter protagonizado o personagem de Harry Osborn na primeira trilogia de Homem Aranha ele já fez diversas comédias e provavelmente você já esbarrou com uma delas. Em seu novo filme “O Instituto”, além de co-dirigir, ele interpreta um personagem incomum em sua carreira: um psiquiatra psicótico.

Sinopse: Uma jovem mulher (interpretada por Allie Gellerani) vai para um instituto de saúde mental devido às suas crises de ansiedade e nervosismo. Lá ela descobre que seu médico (James Franco) possui métodos não ortodoxos para curá-la e fazê-la “evoluir” como ser humano.

Vamos aos problemas do filme. O roteiro é assinado por Adam Rager e Matt Rager, e isto é talvez o maior problema desse filme. A história é totalmente genérica e de certa forma já a vimos várias vezes. Um hospício assustador onde experimentos bizarros são realizados. Quantas vezes você já não viu esse conceito em filmes, quadrinhos, seriados e vídeo games? Entretanto isso não impediria que esse filme fosse bom caso ele enfeitasse a trama com novidades e situações interessantes, mas não é isso que temos aqui. Vamos por partes.

Os médicos do tal Instituto são totalmente genéricos e exagerados. Por vezes eles são tão exagerados, falam frases tão mal escritas, que fica difícil entender suas funções no roteiro. O personagem do James Franco, que é um dos principais, é péssimo. Os diálogos não vão a lugar nenhum e são recheados de psicologia barata que tenta ser profunda, mas é rasa como uma poça de água.

A protagonista até é interpretada por uma atriz com potencial, que é Allie Gellerani, mas o roteiro não a ajuda. No início sua personagem, Isabel Porter, é totalmente passiva e aceita qualquer coisa que acontece com ela, por mais absurdo e sem sentido que seja. Na verdade o motivo que a leva para o tal Instituto é de amargar. É dito no início que ela está sofrendo de problemas psicológicos, mas em nenhum momento a personagem aparenta isto. Pelo contrario, ela está sempre sorridente, de bem com a vida e totalmente simpática. As transformações de humor que ela sofre são totalmente mal feitas e chegam a confundir de tão abruptas que são.

O roteiro tenta montar uma trama maior por trás de tudo e dar um sentido maior ao Instituto, o que teria sido uma boa ideia, se ela não tivesse sido rasa e mal formada.  Vários pontos do filme não fazem nenhum sentido. Exemplo: o irmão da protagonista tenta buscá-la no Instituto e é proibido de entrar ou ver sua irmã, sendo que foi ele que a colocou lá. Os propósitos dos personagens mudam o tempo todo assim como suas personalidades. Talvez o pior seja o “tratamento” feito pelo personagem de James Franco que faz coisas absurdas para atingir resultados banais para fins não explicados.

No último ato o filme tenta ir para uma trama de redenção, com a protagonista começando a mudar de objetivos e humor a cada cena. O filme começa lançar-lhe uma série de reviravoltas, mas é muito difícil se importar, pois o primeiro e o segundo ato não constroem uma boa história ou sentido.

A única coisa que salva esse filme são algumas cenas isoladas que mergulham no terror e rituais bem macabros, mas dentro do contexto elas não dizem nada. A fotografia é bem escura, mas por vezes conseguem situações interessantes. A direção, além de James Franco, conta com Pamela Romanowsky. Juntos eles fazem uma direção razoável, mas as atuações ficam muito abaixo do que poderiam ter sido. O filme precisa ter seu roteiro totalmente revisado, saber que história deseja contar e quais os conceitos que deseja trabalhar. As reviravoltas finais são boas e o filme tem potencial, mas ele precisaria ser refeito.

 

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Raul Martins

Autor dos livros Cabeça do Embaixador e Onde os sonhos se realizam

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