Para os fãs de quadrinhos, ler livros inspirados em histórias famosas é um desafio heroico. Um dos motivos é se acostumar com a ausência da imagem que ficou tão marcada na memória, o que os força a se adaptar com a descrição do autor. Senão for boa, um ponto a menos. Um outro aspecto desafiador é que esse tipo de adaptação precisa no mínimo respeitar a essência do material original para cativar seu leitor. É nesse contexto que entra Guerras Secretas, de Alex Irvine, uma publicação que relembra uma saga clássica da Marvel Comics.

Publicada pela primeira vez em 1984, Guerras Secretas foi um divisor de águas para a editora pelo fato de reunir todos os seus principais heróis e vilões em um grande encontro épico. Na premissa, Beyonder, um ser misterioso e extremamente poderoso, convoca-os para um desafio interestelar no Mundo de Batalha. O Objetivo? Se confrontarem visando conquistar o maior prêmio que alguém jamais poderia cobiçar.

Sem perder tempo Guerras Secretas já começa apresentando todos os peões desse jogo criado por Beyonder, mas sem grandes introduções sobre suas origens e poderes. Desse modo Alex Irvine deixa claro que seu livro é para quem não só já tem um bom repertório de Universo Marvel como também leu a saga original.

Outro ponto a ser observado em Guerras Secretas está no estilo do autor. Todos os principais eventos são narrados em terceira pessoa através de capítulos curtos que são protagonizados por diferentes personagens. Desse modo, ele propicia uma leitura mais dinâmica e ágil, um recurso interessante em vários momentos principalmente por conta de sua habilidade em desenvolver e dar profundidade para cada personagem escolhido. Nesse sentido destacam-se heróis como Reed Richards, Capitão América, Professor Xavier, Coisa e Colossus. Do outro lado, apenas Dr. Destino merece ser citado e talvez a asgardiana Encantor em segundo plano.

Infelizmente nem sempre a escolha do que está sendo contado é boa o suficiente para cativar o leitor. Algumas situações são descritas de forma confusa enquanto outras são tão desnecessárias que parecem estar ali apenas para preencher espaço. Outro detalhe bem infeliz está na presença de alguns erros ortográficos bem visíveis, o que é uma pena ter que constatar isso em uma edição de acabamento estético tão bonito como esse da Editora Novo Século.

Apesar desses pontos negativos Guerras Secretas acerta em cheio quando o assunto é respeitar a essência de tudo o que foi feito nas histórias em quadrinhos da Marvel, o que é ótimo para quem quer relembrar da HQ através dessa adaptação. Se o leitor que é nerd de longa data esquecer ou apenas conseguir ignorar todos os pontos negativos a sua experiência com certeza será proveitosa da melhor forma possível.

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Marcus Alencar

"Palavras importam! Uma morte, uma ondulação e a história mudará em um piscar de olhos"

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