É fantástico ver Luc Besson olhando para os quadrinhos europeus e enxergando neles esse potencial absurdo para adaptações. Independentemente do sucesso de Valerian nas bilheterias, eu espero que os estúdios tenham a visão além do Comics americano e enxergue o potencial da mídia quadrinhos como uma fonte muito além do super herói.

No século XXVIII, Valerian é uma espécie de agente viajante do tempo e espaço e trabalha em parceria com Laureline, em defesa do planeta Terra. A dupla chega a um planeta chamado Alpha e se envolvem na resolução de uma operação organizada por um grupo que deseja destruir a vida de dezessete milhões de habitantes do planeta. Valeria é um quadrinho dos anos 60, então sua premissa a princípio simplista não é nenhum problema é compreensível. Porém essa informação não pode servir de muleta para os problemas de roteiro no filme.

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O filme utiliza dois prólogos para ambientar o espectador. Um primeiro detalhando o universo que vamos acompanhar e outro nos indicando a trama que os personagens serão inseridos. O primeiro problema sem dúvida são os protagonistas, Cara Delevingne e Dane Dehaan conseguem formar a pior dupla/casal de protagonistas em anos. Falta carisma e o mínimo de atuação pros dois, são personagens “marrentos’, chatos e irritantes. Somos apresentados a universo lindo, bem trabalhado tecnicamente e com conceitos excelentes, como o da união dos povos e tolerância. A parte técnica é de se bater palma.

Luc Besson tem muitos méritos em conseguir fazer o universo de Valerian se de fato fantástico, é um universo vivo e singular, não é nada parecido com algo que eu já tenha visto. Besson é um gigante no cinema e Valerian não apaga esse histórico, porém boa parte dos problemas do filme podem ficar por sua conta, já que além de diretor, é também o roteirista e conseguiu fazer uma das duplas mais antipáticas do cinema.

Se você é o tipo de pessoa que topa pagar o cinema baseado apenas em uma boa experiência visual talvez esse filme o agrade, mas para um público que se preocupa com um mínimo de coerência narrativa, e empatia com os personagens que se acompanha na história, esse filme vai te decepcionar e te causar um efeito Transformes após a sessão, cansaço mental e tristeza com o potencial desperdiçado.


Valerian E A Cidade De Mil Planetas (2017)

Nota
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