Para os fãs da Marvel a pergunta “What If?” sempre significou algo além de uma mera especulação. Desde 1977, esse questionamento tem sido o ponto de partida para a editora mostrar tudo aquilo que poderia ter sido caso grandes eventos tivessem tomado outro rumo. Além disso, também mostrou um olhar diferente dos personagens que conhecemos desde sempre em situações que nunca enfrentariam na cronologia oficial. Por ser um tipo de ideia irresistível acaba sendo natural ver essa exploração de possibilidades em outras mídias como o cinema e a tv, algo que em breve irá acontecer no Disney +. Pensando nisso, nesse artigo vamos viajar para alguns pontos específicos da linha do tempo das adaptações da Casa das Ideias e revisitar alguns flertes diretos ou não com o chamado Multiverso.

A primeira parada nessa viagem não poderia ser outra senão em Agentes da S.H.I.E.L.D ou, para ser mais especifico, em alguns episódios da 4º temporada (2017) da série. No arco de episódios conhecido como Framework temos um Modelo Artificial de Vida (MVA) chamado AIDA (Mallory Jansen) que se transforma após ter contato com o Darkhold, um livro de magia negra conhecido das histórias do Doutor Estranho. Essa interação aos poucos foi mudando sua programação ao ponto de se transformar em um ser com sentimentos humanos com personalidade fria e calculista. É por causa dela que os agentes acabam ficando presos na Framework, uma espécie de realidade virtual no qual a Hidra reina de forma soberana. Curiosamente o primeiro episódio desse arco é chamado de “What If…” (S4E16), uma clara homenagem a série de HQs homônima.

Da tv para os cinemas, mas sem sair do ano de 2017, temos a cena pós-créditos de Guardiões da Galáxia Vol. 2 em que vimos a primeira aparição dos Vigias junto com o saudoso Stan Lee. Inclusive, vários fãs na internet teorizaram sobre a possibilidade dele também ser um membro daquela raça alienígena conhecida apenas por presenciar momentos importantes das histórias da Marvel nos quadrinhos. De qualquer modo, quando o assunto é o Multiverso da editora não dá para deixar isso de fora mesmo sendo algo que talvez nem seja referenciado na nova animação.

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Um ano depois, em Guerra Infinita, o Universo Cinematográfico da editora flertou mais uma vez com a ideia de existirem outras realidades além da oficial. Em um momento importante do filme o Doutor Estranho (Benedict Cumberbatch) utilizou a joia do tempo para consultar as possibilidades de vitória contra Thanos. Ao terminar sua análise o Mago Supremo informa a todos os heróis ali presentes que visualizou outros futuros para acessar os possíveis resultados do conflito contra Thanos (Josh Brolin) que logo chegaria em Titã para reivindicar a joia. Um dos detalhes mais interessantes dessa cena está na quantidade de linhas temporais acessadas por ele: 14.000.605. Mesmo não utilizando o termo realidade alternativa ficou claro ali a existência de várias delas, uma ideia que pode ser retomada no próximo filme do herói.

Em 2019, também conhecido como o ano da conclusão épica desse grande arco do infinito do UCM, foi a vez de um flerte mais claro com o Multiverso Marvel em Vingadores: Ultimato. Isso ocorreu na sequência em que um grupo de Vingadores viajou até o ano de 2012 no exato momento em que acontecia a batalha de Nova York do primeiro filme. Nessa parte da missão, coube ao Hulk (Mark Ruffalo) visitar o Sanctum Sanctorum para pegar a joia do tempo com a Anciã (Tilda Swinton) que em um primeiro momento se recusa a dá-la, mas depois muda de ideia após descobrir que o Doutor Estranho deu a sua para Thanos. Como ela mesmo explica o motivo da recusa se dá pelo risco dessa retirada afetar a realidade dela além, é claro, de criar ramificações na linha do tempo. 

Meses depois em uma das cenas pós-créditos de Homem-Aranha: Longe de Casa tivemos o que pode ser considerado um “multiverso indireto”, algo que também aconteceu em Wandavision e deixou os fãs curiosos por um tempo. É o caso da participação de atores como J. K. Simmons, o J. Jonah Jameson da trilogia do Homem-Aranha dos filmes do Sam Raimi, e Evan Peters que interpretou o Mercúrio na franquia dos X-Men da Fox. Em comum, o fato de terem ficado famosos em outras franquias interpretando o mesmo personagem que eles tiveram a oportunidade de revisitar nessas produções. O curioso é que esses dois momentos parecem de um certo modo com crossovers que já foram feitos nos quadrinhos como, por exemplo, em Homens-Aranha.

No entanto, é bem provável que em Doutor Estranho no Multiverso da Loucura as coisas comecem a mudar. Vale lembrar que o filme só estreia em 2022 e ainda é muito cedo para especular qualquer coisa sobre essa continuação que trará não só o Mago Supremo de volta aos cinemas como também a Feiticeira Escarlate (Elisabeth Olsen), uma informação que gera várias especulações por causa dos acontecimentos finais de Wandavision. Inclusive, uma possível teoria pode ser criada a partir do que é mostrado na cena pós-créditos da série quando Wanda está descansando em uma cabana aparentemente abandonada ao mesmo tempo em que sua forma astral estuda o Darkhold. Ao fundo podemos ouvir a voz dos seus filhos que foram criados pelos seus poderes em Westview e depois “mortos” após sua mãe ter desfeito a alteração da realidade daquele lugar. Será que eles foram enviados para outra realidade? O que realmente aconteceu? Isso só o tempo dirá.

Falando em tempo nada mais justo que comentar algo sobre Loki, o Deus da Trapaça que mexeu o próprio tempo ao roubar o Tesseract em Vingadores: Ultimato e que será obrigado a “arrumar” a realidade em sua série que estreia em breve no Disney +. Como essa premissa em mãos fica a curiosidade sobre o que pode ser especulado a respeito das novas aventuras do meio-irmão de Thor Odinson. Tendo em vista seu histórico nada confiável e algumas imagens do trailer é bem provável que haja muito mais bagunça no fluxo temporal e ramificação de realidades.

Enfim, depois de rever cada passo percorrido pela Marvel em direção à exploração do Multiverso em outras mídias só nos resta esperar que as futuras produções façam o mesmo de forma satisfatória. Só assim descobriremos novas respostas para aquela velha pergunta sobre o que aconteceria se…  (complete com a sua imaginação)

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Marcus Alencar

"Palavras importam! Uma morte, uma ondulação e a história mudará em um piscar de olhos"

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