O último filme que brincava com a concepção do desenho Liga da Justiça Sem Limites foi um fracasso. Além de extremo mal gosto, o filme Batman e Arlequina: Pancadas e Risadas foi uma decepção para quem estava com saudades do traço e do universo idealizado por Bruce Tim. Atualmente o que temos visto nas animações da DC foram adaptações de arcos de histórias dos Novos 52 e historias clássicas da editora, mas com um visual diferente. Agora chega mais um longa animado que tenta ser um episódio estendido do Liga da Justiça Sem Limites explorando o universo dos personagens da Legião de Super Heróis e vilões mais obscuros do conhecimento geral.

O grupo Cinco Fatais foge do futuro para o presente com um plano maléfico enquanto o herói da Legião, chamado de Star Boy (Ástron na versão brasileira), acaba indo por acidente nesta viagem. O problema é que ele sofre de um problema mental envolvendo sua memória e não existe um remédio para sua condição no século XXI. Paralelo a isso temos a personagem Jessica Cruz enfrentando seus traumas para assumir seu posto como Lanterna Verde, tanto na tropa quanto na Liga da Justiça.

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O grande problema de Liga da Justiça VS Os Cinco Fatais é a falta de um contexto. Diversos personagens relativamente desconhecidos não são devidamente apresentados. Até mesmo para os fãs mais ferrenhos é bem possível que muitos que aparecem em tela sejam parcialmente inéditos para o espectador. Isso pode deixar uma sensação de que se está vendo a segunda parte de uma história que já foi contada em outro filme. Mas, ao mesmo tempo, esse é um pouco do ponto positivo do filme já que é sempre divertido ver esses personagens “lado B” sendo adaptados para animações. Principalmente a Jessica Cruz que é bem recente e possui uma história de origem bastante original e personalidade complexa. A própria formação que temos da Liga possui suas escolhas inusitadas, mas muito bem pensadas, pois saem do obvio e apresentam personagens que possuíam algo a acrescentar.

A trama em si é básica, mas possui detalhes realmente instigantes e interações divertidas entre os heróis. O que realmente falta é de um tempo a mais para entender quem são os vilões dos Cinco Fatais. O filme em si é curto, contando apenas com uma hora e dezessete minutos, podendo facilmente dispor de mais dez minutos só para desenvolver e explorar melhor os antagonistas. Mas mesmo assim a historia diverte e funciona como um episódio entendido da aclamada serie animada.

Um detalhe a ser ressaltado é a forma como a Mulher Maravilha é representada. Por algum motivo neste longa ela se comporta de forma excessivamente agressiva, tanto em seus gestos e falas. Para exemplificar o que estou dizendo: em dado momento ela acha que a melhor forma de convencer a extremamente traumatizada Jessica Cruz de superar seus transtornos mentais é puxar uma espada e atacá-la no meio da rua. Eu sei que atualmente vem se explorando o lado mais amazona da personagem, mas acredito que aqui uma linha é cruzada onde ela se torna simplesmente insensível e um tanto escrota. Aliás, o filme se permite ir um pouco além no quesito violência, mostrando sangue e corpos, mas ainda podendo ser facilmente assistido por crianças.

No geral Liga da Justiça VS Os Cinco Fatais é um longa animado divertido que pode ser bem-vindo para quem estava com muita saudade da serie animada, mas não será nada especialmente marcante. Aquele tipo de coisa que você assistira num domingo entediante sem muitas pretensões e sair razoavelmente satisfeito.

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Raul Martins

Autor dos livros Cabeça do Embaixador e Onde os sonhos se realizam

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